A Secretaria Municipal de Educação (Semed) resolveu de última hora agendar o DIA D para 29 de dezembro revelando o completo desconhecimento e a incapacidade da secretaria em definir medidas e políticas eficazes de gestão para melhoria da qualidade de atendimento na rede.
Podemos citar os exemplos de imposições da secretaria neste ano, entre eles, que a reposição das aulas da greve fosse realizada aos sábados. O Sindeducação demonstrou com vários argumentos que sábado, historicamente, não representa um dia efetivo para atividades pedagógicas, pela baixa frequência, pela insegurança e dificuldade com o transporte público. Todos esses aspectos foram constatados pela própria secretaria em reuniões realizadas com o Ministério Público do Maranhão.
Outro exemplo sintomático foi a aplicação da Avaliação do Sramal na rede municipal, realizada de forma desorganizada, sem aplicadores suficientes e sem mobilização da comunidade escolar!
Não podemos esquecer que, até o momento, não foi colocado em prática um plano de recuperação de aprendizagens que envolva ações encadeadas no conjunto da rede e que vise a diminuição dos impactos do ensino remoto nos dois anos da pandemia. Não constatamos o investimento financeiro necessário para garantir a alfabetização de todas as crianças dos anos iniciais. Além disso, não vimos políticas específicas para os alunos do 9º ano, que irão para o ensino médio com muitas dificuldades.
A realização do DIA D no último dia do calendário escolar é um absurdo. Todos sabemos que nesses últimos dias letivos tanto alunos, quantos professores e gestão escolar já estão exaustos e correndo para finalizar correções de atividades e avaliações e preenchimento do Sislame. É preciso que a Semed considere a autonomia da escola e respeite a comunidade escolar. Já existe no calendário letivo de cada escola dias estabelecidos para Conselho de Classe Final e reuniões pedagógicas com as famílias. O planejamento de um DIA D deve prever outras metodologias de planejamento e mobilização escolar que não estão concatenados com um final de ano letivo de encerramento de muitas atividades.
ASSÉDIO MORAL
O expediente de assédio moral e desrespeito aos profissionais que contribuem há décadas com a educação pública de São Luís tem sido a tônica da secretaria, sobretudo da Secretaria Adjunta de Ensino. Até aqui sobra autoritarismo e falta de gestão democrática, as principais características da pasta pedagógica têm sido a desestruturação das equipes de avaliação, currículo e formação da Semed, desarticulação dos núcleos de acompanhamento e falta de planejamento e organização de suas Superintendências. As equipes de gestão e Professores Suporte Pedagógico são meros executores de ações sem uma organização das etapas de planejamento, formação e mobilização das comunidades escolares para que exista uma política educacional bem definida.
O Sindeducação está disponível para defender a comunidade escolar e lutar para que o ano letivo de 2023 tenha um planejamento educacional que considere todas as etapas: escuta ampla, formação continuada, elaboração de ações com autonomia escolar, avaliação com devolutivas à comunidade. E que em todas as etapas sejam feitos investimentos nas condições de trabalho para que o processo ensino e aprendizagem aconteça com qualidade.