Caos na educação pública: Sindeducação identifica mais escolas paralisadas

O Sindeducação, dando continuidade à agenda de trabalho, visitou escolas da rede pública municipal de São Luís na manhã desta terça-feira, 14 de agosto. Na ocasião, foram visitadas as escolas Chapeuzinho Vermelho (anexo), UI Vila Embratel, UEB José Ribamar Bogéa (anexo II) e o espaço para onde os alunos da UEB Professor Mata Roma foram realocados.

A entidade sindical tem como uma das suas prioridades o trabalho de visita às escolas, no intuito de fiscalizar as condições do ambiente de trabalho do professor e, na sua função de representatividade da classe, cobrar medidas efetivas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para resolução dos problemas existentes na rede de ensino.

Uma das situações que vem tomando proporção preocupante é o caso das escolas paralisadas. Até abril deste ano, cerca de 15 escolas encontravam-se paralisadas por falta de manutenção, reforma ou reforma inacabada. Os casos foram levantados pelo Sindeducação e denunciado à Promotoria da Educação do Estado. Devido à cobrança incisiva da entidade sindical, o Ministério Público estabeleceu um calendário de reuniões com a Semed, tendo a participação da direção sindical.

Apesar de várias denúncias e cobranças, ainda há várias escolas com as atividades suspensas e, também, funcionando com sérios problemas estruturais.

Raio x das escolas

UEB Professor Mata Roma – A escola foi paralisada no início do ano e, apesar do secretário de Educação, Moacir Feitosa, afirmar que as obras já haviam iniciado, a unidade de ensino continua no mesmo estado. Como solução para o problema, a Semed realocou os estudantes na Igreja Matriz da Cidade Operária, porém, não adequou o local para receber alunos e professores. A iluminação e ventilação das salas são precárias, inadequadas, e os professores tiveram que retroceder ao tempo do giz, pois todos os quadros são negros. O contato com o giz escolar é um risco para a piora ou surgimento de doenças respiratórias, alertam especialistas.

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Na igreja, a escola funciona com 6 salas pela manhã do 1º ao 5º ano e, pela tarde, do 6º ao 9º ano, atendendo cerca de 413 alunos. Além da falta de estrutura adequada, há carência de professores das séries iniciais e não tem professor para o cumprimento de 1/3 hora-atividade.

Outra situação inadequada é o fato de uma sala de aula improvisada no mesmo espaço do refeitório.

“Não se faz educação de qualquer jeito. É responsabilidade da Semed avaliar, primeiramente, as condições adequadas do local, antes de alugar um espaço, pois não é simplesmente jogar alunos e professores em qualquer lugar, sem dar, pelo menos, estrutura básica. Apelar para soluções paliativas é uma prática recorrente dessa gestão, o que demonstra a falta de compromisso com os estudantes e professores da rede pública municipal de São Luís”, lamentou a vice-presidente, profª Josidete Barbosa.

– UEB José Ribamar Bogéa (anexo II) – A unidade de ensino suspendeu as atividades em abril deste ano; chegou a iniciar o ano letivo, mas logo teve que paralisar devido aos graves problemas na infraestrutura, principalmente, em relação à fossa. A obra contempla a mudança total do forro, retelhamento, pintura, sistemas elétrico e hidráulico, aquisição de ventiladores para todas as salas, e, no banheiro, alguns vasos quebrados serão substituídos. Com o atraso significativo no calendário escolar, o processo de aprendizagem dos alunos fora prejudicado. “De acordo com a direção da escola, que não autorizou que o Sindeducação tirasse fotos, o retorno será na segunda-feira, dia 20 de agosto, mas, pela situação que encontramos na escola, acho difícil esse prazo ser cumprido”, salienta a professora Josidete.

– UEB Chapeuzinho Vermelho (anexo) – os alunos da escola, que há anos enfrentam problemas de infraestrutura, serão transferidos para outro prédio, localizado na mesma região. O local, que é uma residência, será adaptado para estrutura escolar. “Apesar de apresentar boas condições, causa preocupação por causa das escadas, levando em consideração que são crianças pequenas. O sindicato irá acompanhar a mudança, a fim de verificar a situação dos alunos e professores no novo ambiente. Vale também ressaltar que o prédio não tem espaço para recreação, que é essencial para essa etapa do ensino”, salientou a vice-presidente.

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Residência alugada para receber alunos e professores da UEB Chapeuzinho Vermelho (anexo)

 

– UI Vila Embratel – A escola paralisou mais uma vez as atividades, deixando alunos e pais revoltados com a omissão da Semed. O Sindeducação, alunos e pais denunciaram a precariedade da unidade de ensino, quando parte do forro de uma sala desabou. Na época, a entidade sindical conseguiu agendar uma reunião com o Ministério Público, que contou com a presença de alunos, pais e representantes da Semed, para cobrar providências da pasta educacional. O secretário de Educação garantiu que as obras iriam iniciar até o dia 15 de julho, mas até o momento, nada foi feito.

De acordo com a aluna, Nayra Lima, a situação só piorou. “O secretário se comprometeu na frente do promotor de Educação, mas descumpriu. A comunidade se reuniu e fez um grande mutirão para arrumar a escola, pois não queríamos ficar sem aula, assim nós fizemos. Mas, agora, veio uma equipe da Semed e destruiu todo o nosso trabalho e não fizeram nada. Estamos na metade de agosto e não tem nenhuma previsão de retorno; a nossa escola está toda destruída e não tem ninguém da obra trabalhando. Nós estamos indignados com a falta de respeito do secretário de Educação. Ele se comprometeu e não cumpriu, e nós, alunos, ficamos no prejuízo. Nós não vamos aceitar e vamos novamente para as ruas reivindicar”, desabafou a estudante.

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O Sindeducação irá fazer um relatório e pedir providências da promotoria da Educação acerca das escolas paralisadas. “Estamos acompanhando a situação dessas escolas, assim como cobrando do poder público, pois a educação da nossa cidade precisa ser tratada com seriedade e responsabilidade”, enfatizou a professora Josidete.

ASCOM/ Amanda Aguiar

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