O que seria marcado para a realização do “Dia D” na UEB Rosilda Cordeiro, no bairro do Quebra Pote, na Zona Rural de São Luís, virou um ato de revolta de professores (as), pais, mães, responsáveis de alunos (as) e também dos (as) estudantes. É que toda a comunidade escolar pede à Prefeitura de São Luís o retorno mais breve possível da gestora Cleonice Jesus Soeiro Alves, exonerada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), na semana passada.
O Sindeducação em visita à escola, acompanhado da diretoria do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de São Luís (Sinfusp-SL), dialogou com os (as) professores, a princípio, para entender os motivos que levaram a exoneração da gestora, e também para dar o suporte necessário à comunidade na busca de seus direitos – a escola apresenta problemas em sua infraestrutura. De acordo com os (as) docentes da UEB Rosilda Cordeiro, eles veem a exoneração como uma retaliação, pois, na semana passada, houve a divulgação de um vídeo, que inclusive chegou à Câmara de Vereadores, denunciando as condições precárias da unidade. O fato mais surpreendente é que a exoneração foi entregue “em mãos” pela Secretária-Adjunta de Ensino, Gusmaia Mousinho.
A rápida exoneração e envio de outra gestão para a escola causou revolta em toda a comunidade escolar, que só tece elogios à conduta da gestora Cleonice. Segundo os (as) professores (as), a profissional tem uma vida dedicada à escola, são 25 anos atuando no local e não medindo esforços em busca de melhorias para a UEB. Eles dizem que a escola guarda todos os ofícios que já foram remetidos à Semed solicitando melhorias e que não estavam sendo atendidos. Surpreendeu também que, após o vídeo da denúncia ser propagado, a pasta foi célere para enviar armários e carteiras que estavam faltando na escola, mas lamentam que outras providências, como a construção de novas salas e o envio de aparelhos de ar-condicionado nunca foram tomadas. Segundo o relato de uma docente, os ventiladores são tão barulhentos que alunos e professores fazem a opção de desligá-los para poderem assistir as aulas.
Outra questão que aflige os (as) profissionais é como ficará o Anexo da UEB quando as salas de aula cedidas temporariamente pelo Governo do Maranhão de uma escola ao lado voltarem para o estado. Hoje, três salas de aulas funcionam no prédio ao lado, comportando 90 alunos (as) pela manhã e 90 na parte da tarde. Os (as) professores (as) dizem que há um enorme espaço na área externa da UEB Rosilda Cordeiro e que a Semed já poderia ter iniciado a construção de salas novas. Eles informaram também que a escola do estado ficou um mês sem água.
O Sindeducação conversou com a comunidade e falou da importância de todos, neste momento, se unirem em busca de melhorias para a UEB e de lutarem juntos para que a gestora Cleonice retorne para a escola. Nossa entidade solicitará uma reunião com a Semed para tratar do assunto e também notificará o Ministério Público, por meio das Promotorias de Justiça da Defesa da Educação, para que haja atuação neste caso que está prejudicando o andamento da escola e que pode ser entendido como assédio à profissional e retaliação aos gestores da rede.