Diretoria do Sindeducação e categoria participam do Encontro Nacional de Aposentados (as) da CNTE

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) promoveu na semana passada a 11ª edição do Encontro Nacional de Aposentados (as), iniciando em Bento Gonçalves (RS) os trabalhos de formação de trabalhadores (as) da educação de todo o país. A comitiva que representou São Luís no evento foi formada pelas diretoras do Sindeducação, a secretária de Aposentados (as), Dolores Silva, a 1º secretária Geral, Rose Costa e as aposentadas professora Mary Lourdes Santos e Dalete Monteiro.

Cerca de 200 representantes de entidades chegaram a Bento Gonçalves na segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 e foram recebidos com um jantar. Sérgio Antônio Kumpfer, da Secretaria de Aposentados e Assuntos Previdenciários da CNTE declarou, ao saudar os participantes, sua preocupação com o atual cenário:  “Nós estamos vivendo em um país que envelhece, no qual a pirâmide etária está abrindo-se em direção ao topo, e isso exige organização social. Aposentados sim, inativos nunca, educadores e lutadores sempre! ”, declarou o dirigente.

Na abertura do primeiro dia da programação sindicalistas das instituições filiadas à CNTE apontaram os obstáculos à dignidade diante da Reforma da Previdência, que instaurou confisco no salário dos aposentados. Neste dia ainda foi apresentado o painel “Realidade brasileira na perspectiva de Paulo Freire” que tratou sobre as desigualdades fundantes do capitalismo e a monetização da informação, perpetuada pelas grandes empresas de tecnologia. 

De acordo com a secretária de Aposentados (a) Dolores Silva, chamou atenção neste painel, a fala sobre as novas plataformas de monetização da informação, essas, sequestram o conhecimento e o desejo do ser humano e o transforma em mercadoria, em um ser que não pensa, apenas absorve e, nesse sentido, foi dito aos participantes que única forma de escapar é resgatando o resto de consciência que nos resta, diante dessa dominação, que não é feita mais pelas indústrias, mas, sim, pelo algoritmos. 

“Por isso, para nós aposentados, jamais deveremos abandonar a busca de um mundo melhor, que deve ser o tempo todo a nossa utopia, que tem que nos impulsionar constantemente”, observou a secretária do Sindeducação. 

A deputada federal Denise Pessoa (PT/RS) e o secretário da Pessoa Idosa, Pensionistas e Aposentados da CUT, Ari do Nascimento, comandarem a atividade “Os desafios previdenciários para o Movimento Sindical e para o Congresso”. Segundo Ari, é de suma importância que todos(as), inclusive da ativa, se engajem nas reivindicações dos mais velhos. “Muitos acham que a Previdência Social é coisa de aposentado, mas a Previdência Social é também quando a trabalhadora fica grávida e quando o trabalhador adoece”, explicou.

A 1ª secretária Geral do Sindeducação, Rose Costa, professora da ativa, fez esta mesma observação, segundo a sindicalista, a aposentadoria é uma questão de luta não somente daqueles que já aposentaram, mas de quem está em sala de aula. “A mobilização coletiva, frente aos ataques que temos em nossa carreira e o diálogo construtivo, como vimos neste evento da CNTE, devem permanecer como pilares essenciais na luta por nossos direitos”, comentou a dirigente do Sindeducação. 

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, avançar nas pautas de interesse dos trabalhadores tem sido dramático, de acordo com a deputada Denise. A parlamentar informou a respeito de projetos que estão parados no Congresso Nacional, como a PEC 06, que acaba com o Desconto Previdenciário, e da necessidade de aprovar o Plano Nacional de Educação (PNE). “Ou fazemos essa luta agora, inclusive contra a PEC 66/2024 (a que ameaça aposentadoria e fere autonomia de estados e municípios) ou a população deixará de ter o abrigo que a Previdência Pública e Universal garante”, destacou a dirigente do Sindeducação, Dolores Silva. 

“Carta de Bento”

No dia 12 de fevereiro, depois de tratarem da conjuntura nacional e da Previdência Social, foi debatido sobre a importância do Estado no atendimento aos brasileiros/as com mais de 60 anos. “Os governos têm que pensar na realidade de envelhecimento da população e pautar essa necessidade no orçamento”, observou o Sérgio Antônio Kumpfer.

Pela manhã, o representante da Secretaria da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Carlos Eduardo Gomes, apresentou a palestra “Uma população que vive mais exige reorganização de políticas públicas” e expôs alguns dos programas viabilizados pelo Governo Federal. De acordo com o especialista, existem 23,5 milhões de aposentados/as no Brasil e, destes, 12,1 milhões são mulheres.

Para dar início às tarefas do turno da tarde, educadoras do 4º Núcleo do CPERS (Cachoeira do Sul) levaram ao Encontro um show de samba, com trajes e instrumentos típicos do gênero musical. As bailarinas animaram o público e deram exemplo de vivacidade, disposição e saúde, temáticas abordadas pela doutora em Ciência do Esporte e pesquisadora da PUCRS, Clarissa Printes.

Segundo a cientista, a atividade física é um ótimo investimento para qualidade de vida e prevenção de doenças. A recomendação de Clarissa é que os/as idosos/as façam ao menos 2h30 semanais de exercícios aeróbicos e de musculação, além de 20 minutos diários de caminhada. “

Posteriormente, a pedagoga e secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, discursou sobre as “Perspectivas de educadores no contexto da América Latina e de reconstrução no Brasil”, fornecendo orientações às entidades de como enfrentar o cenário internacional de privatização da educação pública. 

“A luta por uma educação emancipadora está ameaçada pelos ataques da extrema direita na América Latina, que têm sofrido muito mais que o resto do mundo, esse é o enfretamento que aposentados e professores da ativa têm que fazer. Isso é luta de rua, não temos outra saída! ”, declarou Dolores Silva. 

Ao fim do 11º Encontro, foi aprovada a “Carta de Bento”, um documento que reúne as demandas de toda categoria, como o fim do Desconto Previdenciário, a defesa do fortalecimento da Previdência Social e o apoio à isenção de Imposto de Renda para trabalhadores/as que ganham até 5 mil, bem como à taxação dos super-ricos.

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