Greve Mantida! Em Assembleia, a categoria de professores e professoras dizem “não” para a proposta de reajuste.

Os professores e professoras da rede pública municipal de São Luís recusaram, nessa quarta-feira (20), a nova proposta da Prefeitura de São Luís de reajuste salarial de apenas 10,06%, considerando valor muito abaixo do que a categoria reivindica.

Mostrando mais força após o ato histórico de segunda-feira (18), início da greve, onde mais de 2 mil professores e professoras saíram às ruas clamando por respeito e por valorização. Nesta Assembleia Geral, a primeira realizada na história do sindicato em praça pública, a categoria mostrou toda sua disposição para defender suas carreiras e a lutar a favor dos estudantes da rede pública para que tenham uma educação de qualidade, com escolas em boas condições estruturais, com merenda escolar e transporte satisfatórios.

 A categoria rechaçou, por unanimidade, a nova proposta de 10,06% e seguirá em busca da atualização do Piso Nacional do Magistério, de 33,24% para docentes do nível médio, e da repercussão em toda tabela salarial – com 36,56% de reajuste para todos com nível superior. E por unanimidade, aprovou também, a continuação da greve por tempo indeterminado.

“20 de abril foi um dia intenso para os professores e professoras de São Luís que iniciaram a greve nesta semana. Pela manhã tivemos uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça, onde a Prefeitura apresentou esse percentual. A proposta foi recusada, sobretudo, porque não cobre nem a metade das perdas que acumulamos nos últimos cinco anos. Estamos com salários congelados durante todo esse tempo, perdemos muito o valor de compra e não conseguimos mais manter nossa qualidade de vida”, afirmou Sheila Bordalo, presidenta do Sindeducação.

Vale destacar que essa nova proposta do prefeito Eduardo Braide segue causando o achatamento da tabela salarial e uma desestruturação do plano de carreira do ponto de vista da valorização. Isto, porque a diferença salarial entre os níveis da carreira diminuirá até chegar ao momento em que todos estarão recebendo salários muito parecidos. Portanto, a greve dos professores da rede pública não é somente pensando no contexto atual, mas no futuro, na aposentadoria.

Com a greve mantida, a categoria agora espera o resultado da análise contábil das contas apresentadas pela Prefeitura de São Luís para definir, em nova Assembleia Geral, uma possível contraproposta que será apresentada. Enquanto isso, a reivindicação inicial se mantém.

“Nós recusamos a proposta de 10,06% e mantivemos a reivindicação dos 36,56%. Nós exigimos que a prefeitura abra novamente a mesa de negociação e coloque uma proposta melhor, que valorize e respeite os professores”, pontuou o Comando de Greve.

Surpresa e desrespeito

Durante a Assembleia, o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato, Cássio Souza, deu mais detalhes da audiência, inclusive citou que o prefeito determinou corte do ponto, assunto que causou ainda mais indignação em toda a categoria. Além disso, informou como o sindicato ficou surpreso com a decisão da Justiça em classificar como ilegal o movimento grevista, seis dias antes mesmo da greve ser deflagrada.

Os professores e as professoras, também foram informados sobre o pedido de suspensão que a Assessoria Jurídica do Sindeducação fez para reverter a decisão da desembargadora Maria Francisca de Galiza, do Tribunal de Justiça do Maranhão, que acatou a Ação de Nulidade de Greve com Tutela de Urgência movida pelo Município de São Luís.  

Próximos atos

Na segunda-feira (25), o Sindeducação realizará um novo ato. Toda a categoria se reunirá em frente à Igreja do São Francisco e de lá seguirá em mais uma grande passeata com parada na Secretaria Municipal de Educação (Semed) até a Câmara Municipal de Vereadores. A concentração está marcada para 8h. A diretoria do Sindeducação juntamente com o Comando de Greve solicitam a todos que acompanhem os canais oficiais do Sindeducação, pois em breve informará com mais detalhes a agenda de greve.

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