Nas últimas semanas, o Brasil virou expectador de grandes tragédias realizadas em ambientes educacionais, os casos nos mostram que esses crimes são oriundos de uma série de fatores como a ascensão da cultura do ódio, do desprezo e intolerância e expõe todo o sucateamento da educação no país, que ainda lida com o problema da violência de forma superficial e efêmera. Há anos a comunidade escolar está desemparada.
O modo como essas tragédias sucessivas têm impactado toda a sociedade é o que precisamos, primeiramente compreender, para buscarmos caminhos que evitem novos casos de violência e tragédias. O Sindeducação, neste momento, acredita que é fundamental a soma de forças de todos, que ações sejam capitaneadas pelos poderes públicos de todas as esferas, para que assim se enfrente, com políticas públicas e estratégias assertivas, esse atual momento em que a educação está submetida.
Esta é a hora de mobilização nacional que consolide em nossas redes de ensino de programas de mitigação da ocorrência desses casos. A escola precisa ser percebida por toda a comunidade como um lugar de acolhimento e diálogo, onde estudantes possam se sentir seguros e estimulados a trazer suas inquietações, pesquisar e avançar coletivamente nos conhecimentos que permitem superar o ódio. Por outro lado, é muito necessário identificar que ataques não são apenas uma questão individual, tem muito a ver com o contexto em que crianças, adolescentes e adultos estão inseridos, vulneráveis estão mergulhados em uma visão de mundo cada vez mais extremista, que incita a violência e promete gratificar aqueles que cometem os atos.
Por isso, acreditamos que a escola precisa de apoio de vários outros equipamentos públicos e a polícia militar não é apenas um deles, o que temos visto é que, a cada ataque são sugeridas soluções como mais polícia nas escolas, detectores de metal e câmeras de segurança. Sabemos que, apesar de trazerem sensação de tranquilidade, essas medidas não resolverão o problema em si. É preciso que haja políticas de segurança pública para prevenir que passem por inteligência e investigação e não somente por repressão.
A cultura de paz e a elaboração de protocolos de enfrentamento à violência escolar devem provocar esforços do Governo Federal Estadual e Municipal para que haja o fortalecimento de políticas intersetoriais de educação, saúde e assistência social e que, pensados e construídos juntos com a própria comunidade escolar, contribua com o fim desse cenário onde a violência não seja tolerada e exaltada e que a escola possa voltar a ser segura, ambiente fértil de cidadania e instrumento de valores democráticos.