VIDEOCONFERÊNCIA | Sindeducação debate “Calendário Escolar e Pandemia” com professoras Suporte Pedagógico

O Sindeducação reuniu-se na última sexta-feira, 19, com professoras de Suporte Pedagógico da Rede Municipal de Ensino, com objetivo de dialogar sobre as perspectivas do Calendário Escolar na Pandemia, e a possibilidade de retomada das aulas assinalada pela Secretaria de Educação – SEMED sem qualquer discussão com a categoria.

As professoras Izabel Cristina, presidente em exercício; Nathália Karoline, no exercício da Tesouraria; e Gleise Sales, diretora de Assuntos Educacionais, conversaram com as professoras Sheila Bordalo; Sandra Regina Barros Ramos; Ramda Cynthia; e Vanise Rodrigues.

As professoras iniciaram a conversa indagando sobre a abertura de diálogo da SEMED com a entidade sindical, frisando que é de extrema importância que a secretaria ouça os professores nesse momento.

Segundo Vanise Rodrigues, até o momento não houve nenhuma diretriz documental emitida pela SEMED, apenas chamadas para reuniões, sem qualquer diretriz, para que sejam vistas atividades remotas no mês de Julho. “Está muito disperso, alguns núcleos já fizeram e outros não. Muitos coordenadores estão aguardando um documento da SEMED para tomar iniciativa, enquanto outros estão já fazendo”, pontuou.

Ainda de acordo com Vanise, há uma normativa do Conselho Nacional de Educação, que já indicou os parâmetros, mas falta a SEMED regulamentar e dar publicidade para essas orientações. “Existe um apelo muito grande para que os professores façam o contato com os pais, principalmente de Educação Infantil por grupos de WhatsApp, mas muitas escolas não tiveram tempo hábil para montar grupos, e nesse contexto a secretaria não apresenta nenhuma normativa, para orientar como será a carga horaria, dentre outros”, finaliza.

A professora Sheila Bordalo demonstrou preocupação com o retorno às aulas propagado pela SEMED, a partir do Decreto Estadual que determina a retomada gradual das atividades escolares. “Pelo que se tem acompanhado, a secretaria indica que quer retomar as aulas de forma presencial e remota, 50% remoto via celular e outros 50% que não foram atingidos, com entrega de kits de atividades. “O professor vai trabalhar triplamente, atendendo ao público na escola, preparando os kits de atividades, e tendo que ter tempo para atender esse monitoramento do WhatsApp de seu celular pessoal”, frisa.

“Em reuniões também estão ventilando que o Município de São Luís já estaria pensando em uma proposta de uso do trabalho remoto, que visa atingir 100% das aulas. Somos contrárias a isso, pois há dificuldade de acesso das famílias e seria preciso que a Rede Municipal estivesse investindo na formação de uso da tecnologia, pelo menos previamente”, aponta Sheila Bordalo.

A professora avalia que é preciso que professores e sindicato questionem agora essas medidas, pois a SEMED quer retomar o Ensino Fundamental já a partir desse mês de Julho. “Os professores do Estado estão tendo muitas dificuldades com o trabalho remoto, pois alcançam pouco estudantes, e quando se interage com eles, falam das dificuldades de acesso aos áudios e vídeos, dentre outras coisas”, finaliza.

A professora Ramda Cynthia, coordenadora da Educação Infantil, disse que até o momento não sabe o que a SEMED pensa sobre a Educação Infantil para o pós pandemia.

A professora Sandra Regina concordou com as colegas, e pediu para que o Sindeducação não deixe todo o planejamento com a SEMED, pois a categoria precisa ser ouvida para opinar sobre o que deve ser feito. “Nós que estamos no chão de escola, tentando apagar os incêndios, e lutando pelo bem-estar das crianças e dos professores, precisamos ser ouvidos nesse processo”, destaca.

O Sindeducação agradeceu a conversa com as professoras de Suporte Pedagógico, e explicou que esse contato serve – diante do silêncio da SEMED – para tentar identificar o que a secretaria está planejando (se é que estar) para a Educação Pública da Capital durante a pandemia ou no pós-pandemia.

“Não vamos aceitar um retorno das aulas presenciais em condições que a circulação do vírus ainda é altíssima, com espaços escolares precarizados, e com risco à vida de crianças e professores. De outro lado, o trabalho remoto precisa ser planejado, para as situações em que ele cabe, pois como disseram as professoras, não há tal planejamento na Rede Municipal de São Luís. A SEMED precisa ouvir os professores”, finalizou a professora Izabel Cristina.


Imprensa Sindeducação.

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