Na série de visitas às escolas municipais ao longo dessa semana, a diretoria do Sindeducação esteve na UEB Prof. José Augusto Mochel (Cidade Operária), na manhã dessa quarta-feira (13), conversando com os professores da unidade sobre as condições precárias da escola. Cozinha sem água; infiltrações dentro e fora das salas de aula; alagamentos constantes nesse período chuvoso, estrutura de ferro exposta, são alguns dos problemas do prédio.
A escola, de Educação Infantil, possui algumas salas sem quadro branco, com portas quebradas e sem trincos, teto rachando, ambientes sem ventilação e iluminação, banheiros não-adaptados para o público infantil, dentre outros.
Mesmo diante de uma situação de caos na estrutura de diversas escolas da Rede de Ensino, a Secretaria de Educação impôs o início do ano letivo de 2019. “Há mais de três anos que essa escola não passa por reforma, e são sempre os mesmos problemas. A SEMED usa a mesma desculpa: que não pode reformar pois a escola funciona dentro de uma associação dos moradores. Isso não existe, mais uma vez o prefeito se exime da sua responsabilidade”, denuncia a segunda Tesoureira do sindicato, professora Nathália Karoline.
De acordo com os professores da escola, falta até material didático-pedagógico. “Além de tudo, não temos material. Nós ajudamos, eu por exemplo reaproveito cadernos antigos da minha casa, compro o que falta. Vivemos de doação para podermos trabalhar com as crianças. É desumano o que acontece aqui”, disse uma das profissionais que teve medo de se identificar, temendo retaliação da SEMED.
Outra professora, que também preferiu guardar o nome, destaca que “mesmo assim, estamos firmes e fortes, trabalhamos com dedicação, ajudando no que estiver ao nosso alcance, porque são crianças carentes. Só queremos o bem-estar delas”, falou emocionada.
“Muitos professores já adoeceram tentando salvar o dia-a-dia da escola. Nem banheiros os professores têm. Isso é inadmissível”, lamentou a professora Nathália, que já conhece o histórico de problemas dos profissionais que atuam na unidade.
“Tanto dinheiro do FUNDEB na conta da Prefeitura de São Luís, e não temos transparência na aplicação desses recursos. É falta de gestão e vontade política, porque o dinheiro, que resolve, tem”, finaliza.
LIXO ACUMULADO – Para piorar a situação, as crianças são obrigadas a conviver com os urubus, devido ao lixo entulhado ao redor da escola. Nesse período do ano, lixo acumulado por atrair e servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana, zica, e outras doenças que podem matar o ser humano.
Matrículas online prejudicam escolas
Como se não bastasse toda a problemática, ainda foi abordado, na visita, a questão das matrículas online. A UEB Prof. José Augusto Mochel, assim como outras escolas, foi obrigada a abrir matrículas na própria escola, devido à insuficiência de alunos provocada pelo processo de matrículas online. “Perdemos muitos alunos. Os pais não conseguiram fazer a matrícula. Os pais têm mal o que comer, quanto mais acesso à internet. Uma tremenda incompetência e irresponsabilidade”, reclamou uma das professoras.
Imprensa Sindeducação.