O Sindeducação – gestão resistir, lutar e avançar nas conquistas, promoveu na manhã deste sábado, 21, a Plenária sobre as resoluções da Educação Infantil e Ensino Fundamental, com a participação da Profa. Sheila Bordalo, membro representativo dos professores no Conselho Municipal de Educação – CME.
A plenária objetivou socializar e debater as propostas de minutas das resoluções EI e EF e agregar contribuições dos professores da base para serem analisadas pelo CME.
A professora Sheila Bordalo, foi a palestrante e iniciou a plenária mostrando o funcionamento e as demandas do Conselho.
“Estamos em uma conjuntura atípica e um encontro desse nível para debater os interesses da categoria é muito importante. Precisamos enquanto liderança, enquanto categoria valorizar esses momentos. A luta na rua é importante, mas a formação política e técnica é importante para nos munir de informação e uma formação mais sólida”, disse a professora Sheila Bordalo.
Já a professora Elisabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação, disse que esse momento é ímpar, pois oportuniza conhecimentos para os debates sobre as mudanças propostas nas resoluções da educação infantil e ensino fundamental.
“Hoje eu estou muito feliz porque os professores entenderam a importância desse debate. Munir o professor de informação e conhecimento é imprescindível para o desenvolvimento da educação”, garantiu a presidente do Sindeducação.
Principais pontos de discussão
Minuta da Educação Infantil
Os pontos mais discutidos dentro da minuta da educação infantil foram o horário do recreio de 15 minutos da normativa da Semed e a quantidade de alunos por professor e por sala.
Segundo a professora Gleise Sales, secretária de Assuntos Educacionais do Sindeducação, é necessário haver um estudo mais aprofundado sobre a normativa da Semed em relação ao recreio de 15 minutos. Segundo a secretária de assuntos educacionais, para a educação infantil, 15 minutos de recreio é insuficiente para as crianças se alimentarem e brincarem, tem muitas crianças que estão escolhendo entre lanchar ou brincar, e normalmente elas preferem brincar, por isso, é importante, nós professores, fazermos a defesa sempre, disse a professora Gleise.
Outro assunto que rendeu muita discussão dentro da minuta da Educação Infantil foi quanto aos parâmetros para organização de grupos de crianças por sala de atividade. Segundo a minuta, a faixa etária entre crianças de 0 a 1 ano – o máximo é de 6 crianças por professor e máximo de 12 crianças por sala; crianças de 1 a 2 anos – o máximo é de 8 crianças por professor e 16 crianças por sala; crianças de 2 a 3 anos – máximo de 15 criança por professor e 20 crianças por sala; crianças de 3 a 4 anos – máximo de 15 crianças por professor e 25 crianças por sala; crianças de 4 a 5 anos – máximo de 25 crianças por professor e máximo de 25 crianças por sala e crianças de 5 a 6 anos – máximo de 25 crianças por professor e máximo de 25 crianças por sala.
Os professores e professoras presentes entraram em um consenso que esse número de aluno por professor e sala não contribui para uma educação de qualidade, sobrecarregando ainda, o trabalho do docente.
No capítulo quatro da minuta que trata dos espaços físicos, das instalações e dos equipamentos, os professores ouviram céticos a todas as determinações da resolução e a real aplicabilidade na rede pública municipal de São Luís. Segundo a professora Sheila Bordalo, a rede pública municipal de educação passa por uma realidade tão precária que nós professores, não conseguimos conceber uma escola dentro dos padrões especificados na resolução, infelizmente. Caso a normativa seja cumprida, quase todas as escolas de São Luís não teriam condições de funcionar.
Outro ponto de discussão sobre a normativa da educação infantil foi quanto ao profissional cuidador. Segundo a professora Elisabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação, foi discutido dentro do PME dois tipos de cuidador, o profissional de apoio para as creches e escolas de educação infantil e outro para crianças com necessidade especial. Mas na prática não é isso que acontece. Hoje nem qualificação específica para cuidador é necessária e o que vemos são profissionais que ficam em corredores de escolas e não dentro da sala de aula, onde realmente eles deveriam estar. Sem falar nas várias vagas que não foram preenchidas, mesmo depois do seletivo efetivado.
Minuta da Educação Fundamental
As principais discussões sobre a minuta da Educação Fundamental foram em relação a ausência das especificações técnicas das escolas da educação fundamental, a presença do cuidador que ainda não funciona nesse espaço escolar, a falta de professores nas escolas da rede, do 6º ao 9 ano e ainda sobre a quantidade de alunos por sala.
A professora Nathália karoline chamou a atenção para a carga horária do professor que está sendo modificada pela Semed de hora aula para hora relógio, alternado a carga horária geral de 800 horas para 1000 horas anuais.
“Precisamos ampliar esse debate e deixar o professor atento a essas mudanças para que o professor não seja prejudicado. É necessário que o professor fique atento e traga as suas dúvidas para o sindicato para que possamos, juntos, construir esse debate”, disse a representante do Sindeducação.
Encerramento
A presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco encerrou a plenária agradecendo a todos os participantes e ratificando a importância desse momento e do envolvimento dos professores no debate. A presidente alertou para a necessidade da categoria de ficar ciente dos seus direitos e também dos seus deveres, para que se possa desenvolver um trabalho pautado na lei. Segundo Elisabeth Castelo Branco as discussões vão continuar para que as contribuições e sugestões cheguem ao conselho e que a visão do professor, que está no chão da escola, possa ser ouvida.
“Queremos agradecer aos professores que se disponibilizaram para vim para essa formação, se inteiraram do que são as resoluções e das discussões que estão acontecendo sobre a educação. Esperamos que agora, eles sejam disseminadores do que aprenderam e continuem os estudos”, disse a presidente que aproveitou o momento para conclamar a categoria para a paralisação do dia 25 de abril e da assembleia geral, dia 28 de abril.
1 comentário
Bom dia.
Gostaria de saber que providências o sindicato está tomando sobre a portaria que retira Educador Físico da séries do fundamental até o 5°ano. Com remanejamento dos profissionais e prejuízos não apenas no espaço de trabalho mas tmbm no descumprimento da Lei.