Sindeducação pede à Semed esclarecimentos sobre devolução e remanejamento dos profissionais da educação neste semestre

Na tarde de quinta-feira, 29 de abril, diretoras do Sindeducação estiveram na Secretaria Municipal de Educação (Semed) protocolando um ofício que solicita esclarecimentos à pasta a respeito de algumas denúncias que chegaram ao sindicato esta semana vindas de professores da Educação Infantil. No conteúdo das denúncias, os profissionais relataram ouvir de gestores das UEBs que serão devolvidos à rede devido ao baixo número de matriculas neste 2021 e que poderão ser remanejados para darem aulas em outras localidades e até em escolas do Ensino Fundamental.

Ao protocolarem o documento na Semed, as diretoras foram recebidas pela Superintendente de Educação Infantil, Nubia Azevedo, que ouviu das dirigentes relatos que causam uma grande preocupação ao sindicato, que teme que a situação ocasione ainda mais transtornos aos profissionais da educação e à qualidade da educação pública municipal, que vive durante a pandemia da covid-19, um contexto marcado por desigualdades. De acordo com a secretária de comunicação do Sindeducação, Ana Paula Martins, a Semed precisa implementar métodos que possam recuperar os alunos que não foram matriculados, além, claro, de investir na rede pública municipal.

Vice-presidente do Sindeducação e professora da Educação Infantil, Ester Durans, disse que a pandemia está agravando a crise educacional, que já era uma realidade na rede pública da capital. “Para o município, durante muitos anos, as escolas da Educação Infantil funcionaram simplesmente como depósitos de crianças.  A Educação Infantil tem suas especificidades e as escolas precisam garantir o aprendizado das crianças, construir identidade, valores e autonomia; então é necessário garantir um olhar atento aos professores, eles não podem ser devolvidos porque, na pandemia, houve o aumento da evasão escolar ou serem realocadas para ministrarem conteúdos que não são de suas competências”, explicou a dirigente sindical.

A 1 ª Secretária Geral do Sindeducação, Rosilene Costa declarou que recebeu um caso de uma profissional que ligou chorando ao sindicato, pois estava temerosa de ir para uma escola de Ensino Fundamental e perder o vínculo que já desenvolve com a comunidade. “Também temos relatos de que muitos gestores seguem assediando moralmente vários profissionais e que agora o tom de ameaça é justamente o de devolução ou remanejo de UEB”, observou a diretora do sindicato.

O que disse a Semed?

No encontro com a diretoria do Sindeducação, a Superintendente de Educação Infantil, Nubia Azevedo declarou que a Prefeitura de São Luís no momento está fazendo um trabalho de levantamento de dados nas escolas do município e que a rede, enquanto não tiver com um relatório concluído, não fará devolução dos profissionais e nem remanejamento para outras escolas. Ela ainda informou que existe na atual gestão a intenção de buscar soluções para atender as necessidades dos educadores, como de lecionarem, num possível retorno presencial, mais próximos das suas residências. A superintendente acredita que houve uma falha de entendimento de gestores das UEBs com esta informação, pois a Semed não emitiu nenhuma orientação neste sentido.

A diretoria do Sindeducação reforçou à superintendente sobre a importância de uma reunião com a secretária Esmênia Miranda para tratar exclusivamente deste assunto e discutir caminhos para minimizar o impacto da evasão escolar.

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IMPRENSA SINDEDUCAÇÃO

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