Sindeducação participa de debate sobre a Educação na Zona Rural

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O Sindeducação participou na manhã deste sábado (10.06) do II Fórum de Debates das Prioridades da Zona Rural de São Luís. O evento foi promovido pela Federação das Entidades Comunitárias de São Luís – FECRUS e foi realizado no Campus do IFMA Maracanã. No evento foram discutidas as problemáticas que envolvem a região da zona rural e a busca de melhorias para essa área da capital.

Além do Sindeducação, também participaram do evento o Deputado Federal Zé Carlos, o vereador Marcial Lima, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Isaías Castelo Branco, o presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira, o representante do governo do Estado do Maranhão, Antônio Nicolau Junior e o Presidente do Procon Duarte Júnior. A representatividade municipal também foi convidada a fazer parte deste Fórum, porém nenhum representante da SEMED, SEMOSP, SEMAD ou SEMGOV compareceu. O vice-prefeito do município, Júlio Pinheiro, compareceu ao evento chegando às 12h20min, inviabilizando discussões sobre as problemáticas da região. Ele, com essa atitude, foge do debate e do confronto de ideias e em seu discurso não demonstrou nenhum interesse sobre as temáticas e nem apresentou propostas para melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem nas regiões periféricas da capital.

O professor Giorgio Nunes, primeiro secretário do Sindeducação proferiu a palestra As Problemáticas da Educação na Zona Rural – da infraestrutura até o corpo docente e fez um apanhado das condições das escolas em São Luís e especificamente na Zona Rural, onde demonstrou através de dados e fotografias a real situação em que se encontra a educação municipal, desmentindo as propagandas enganosas que a Prefeitura de São Luís mostra na grande mídia.

“A educação pública municipal de São Luís está um caos. Temos vários problemas na zona urbana e quando partimos para a zona rural esses problemas são agravados. Temos casos de escolas que ainda nem começaram o ano letivo de 2017; alunos estudando em galpões, sem as condições mínimas de estrutura; escolas sem ventilação; sem acessibilidade e faltando tudo. A Alimentação Escolar está irregular e com produtos de péssima qualidade. O Sindeducação tem denunciado aos órgãos competentes essa situação a meses e não são tomadas as providências devidas. A educação municipal de São Luís pede socorro e está cada dia mais agonizando e chegando à UTI. O trabalho do Sindeducação é pautado assim, em denúncias e cobranças para tentar viabilizar uma educação de qualidade à população Ludovicense.”, disse o professor Giorgio Nunes.

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Durante o debate, o professor Giorgio Nunes mostrou imagens do trabalho de visita da direção dos Sindeducação nas escolas da Zona Rural, como o caso das UEB’s Hortência Pinho (Comunidade Coqueiro), Meus Amiguinhos (Comunidade Quebra Pote), Zuleide Andrade (Comunidade Maracujá – Maracanã), Mindinho e 21 de Abril (Comunidade Maracanã) e Luz Divina (Comunidade Inhaúma) que já foram inspecionadas pelo Sindicato e já foram relatados os problemas junto ao Ministério Público Estadual e Secretaria de Educação do Município.

“O nosso papel estamos fazendo com muita responsabilidade, visitando as escolas, conversando com pais, professores e alunos e enviando relatórios das denúncias ao Ministério Público e SEMED. O Sindicato tem a prerrogativa de fiscalizar e fazer as denúncias as autoridades competentes e isso nunca vamos deixar de fazer”, relatou Giorgio Nunes, Primeiro Secretário do Sindeducação.

Para o presidente da Fecrus, Iraelson Ferreira, a zona rural está abandonada.

“Ao longo dos anos estamos sofrendo com o descaso das autoridades, apesar da importância que temos dentro do contexto político da cidade. Para se ter uma ideia, a avenida que dá acesso as nossas comunidades estão repletas de buracos, as nossas escolas estão com sérios problemas de infraestrutura, estudar nessas escolas daqui é praticamente impossível, elas não têm nada”, disse Iraelson Ferreira.

Flávia Regina, mãe de alunos que estuda na UEB Hortência Pinho, a cada dia a educação da zona rural piora.

“No ano passado meu filho só estudou quatro meses por causa de uma ‘reforma’ na escola. Esse ano, novamente a escola está passando por reforma e agora ele só estuda duas vezes na semana e no prédio da união de moradores. Como uma criança pode aprender nessas condições, estudando somente português e matemática, em um sistema de rodízio? Quem vai pagar as horas aulas que ele não está tendo? Como ele vai passar para o ensino médio? Qual a chance que ele vai ter ao fazer o ENEM? Eu fico me perguntando ”, desabafou Flávia Regina.

Na hora do Almoço

O representante da Prefeitura de São Luís, o vice-prefeito Júlio Pinheiro, somente apareceu ao evento quase uma hora da tarde, momento que a discussão já estava no final e todos esperavam o almoço, fugindo assim do importante debate que tinha sido travado no Fórum.

“Novamente a Prefeitura de São Luís fugiu do debate, como eles já vem fazendo há muito tempo. Na Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores no dia 31 de maio, a casa blindou o Secretário Moacir Feitosa que apresentou uma educação fantasiosa que até o vereador Marcial Lima perguntou ao Secretário se aquelas escolas eram em Paris. Hoje o Sindeducação também está promovendo uma Audiência Pública para debater a educação, na Assembleia Legislativa, e nenhum representante da Prefeitura apareceu e o vice-prefeito só chegou nesse horário? Isso é a demonstração do descaso e do desgoverno de todos que estão à frente da Prefeitura de São Luís em relação a população e assim percebe-se o por que da educação e da cidade estarem nessa situação”, finalizou o professor Giogio Nunes.

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