Na Semana Mundial do Meio Ambiente, Sindeducação reforça o alerta contra o negacionismo climático, necessidade de manter o apoio ao RS e a situação extrema da poluição em São Luís e os conflitos no campo maranhense.
O Sindeducação, ciente da necessidade de, após o efeito midiático, não naturalizarmos a tragédia anunciada ocorrida no Rio Grande do Sul, conclama nossa categoria, dentro da realidade possível de cada um e cada uma de nós, a manter as doações às vítimas das enchentes que arrasaram o Estado. Para tanto, listamos algumas entidades sérias que seguem atuando para minorar os efeitos sobre a população (veja abaixo nesta matéria).
Tragédia anunciada e um alerta para todos e todas nós
Ao tempo que chamamos atenção para a continuidade das ações de solidariedade, repassando contatos confiáveis num momento em que muitos se aproveitam, infelizmente, para tentar lucrar e dar golpes em cima da situação, é necessário dizer que o que aconteceu não foi fruto exclusivamente das forças da natureza: é resultante, em maior parte, de um modelo econômico e social que esgota nossos recursos, violenta as comunidades tradicionais e os povos originários, fragiliza a legislação ambiental para agradar ao agronegócio que, ao contrário do que diz a ideologia dominante, não alimenta nossa população, e altera os modos de vida, expulsando comunidades para dar lugar a commodities para exportação ou para que os territórios sirvam de pasto para o gado.
Enquanto por um lado esse quadro avança sobre o meio ambiente causando graves impactos sociais, há um esforço para minimizar ou negar o que vem sendo chamado de crise climática.
Essa situação infelizmente não é exclusiva do sul do país, mas se espalha por todo o território nacional.
Mesmo no Maranhão o aumento do volume de chuvas, uma das consequências desse cenário, é naturalizado pelo poder público, que trata a tragédia das enchentes como uma situação “esperada”, como se fizesse parte do calendário. Recentemente, agora em maio, mais de mil famílias ficaram desabrigadas pelas enchentes em cidades como Barreirinhas, Tuntum e São João do Soter. Nada disso é colocado na conta do agronegócio que avança sobre os territórios.
Esse avanço tem sido responsável ainda por sermos um dos estados com maior número de conflitos no campo, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, órgão da Igreja Católica que acompanha a questão: somente ano passado, o Estado registrou quatro assassinatos relacionados a esses conflitos, sendo dois de indígenas.
Além disso, é no Maranhão que está a maior parte do cerrado desmatado do país. Este bioma ultrapassou o amazônico como o mais ameaçado, grande parte em razão do projeto MATOPIBA, resultante das siglas Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, áreas que o agronegócio vê como prioritárias para sua atuação.
Mas não é apenas no interior do Estado que a situação é alarmante. Segundo o Movimento de Defesa da Ilha, São Luís está atualmente entre as cidades com os maiores índices de poluição, resultando no aumento da incidência de doenças respiratórias e mesmo de câncer. Esse quadro, segundo pesquisadores e militantes do movimento, é resultado em grande parte da degradação ambiental advinda da instalação de grandes indústrias poluentes que têm avançado sobre os territórios na zona rural da capital maranhense.
Duante esta Semana Mundial do Meio Ambiente, o SIndeducação pretende dar voz a quem trabalha diariamente estas questões, de forma a efetivamente contribuirmos para a discussão da questão ambiental, pensarmos e atuarmos, juntos e juntas, para a mudança deste quadro, algo que é urgente: as alterações climáticas já são um dado da realidade e apenas coletivamente poderemos responder a elas. Siga acompanhando!
Rio Grande do Sul – doações por pix:
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Casa de Cultura e Resistência, coletivo gaúcho que atua na região e precisa de fortalecimento para que possa atender com itens básicos como os de higiene limpeza, água potável e alimentos: casadeculturaeresistencia@gmail.com
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CSP-Conlutas, uma das centrais sindicais que também atua através de sua regional gaúcha e está coletando apoio financeiro às vítimas: financeiro@cspconlutas.org.br
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Campanha Solidariedade Sem Terra ao Rio Grande do Sul – O Movimento Sem Terra vem prestando assistência aos atingidos, e mesmo iniciativas coletivas solidárias foram afetadas pelas enchentes, como é o caso da Padaria Mãos Na Massa, no Assentamento Sino, localizado no município de Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre, que precisa ser reconstruída, inclusive para atender neste momento. Informações Bancárias – CHAVE PIX: 09352141000148; Banco: 350, Agência: 3001, Conta: 30253-8, CNPJ: 09.352.141/0001-48.
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Cozinhas Solidárias do MTST: O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto vem distribuindo diariamente mais de três mil marmitas, com a preparação de mais de quatro toneladas de alimentos. Em trinta dias, já foram servidas mais de cem mil refeições. As entregas são feitas em vários pontos de Porto Alegre. enchentes@apoia.se
Orientamos a, além de contribuir, que se siga estes perfis nas redes sociais, para verificar o trabalho que vem sendo feito, e por onde também se pode entrar em contato com cada instituição, inclusive para informar a doação e prestar apoio enviando mensagens.