Sindeducação denuncia: obras de creches e escolas em São Luís são tratadas com total descaso

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Prefeito recebeu R$ 35 milhões do FNDE desde 2013 e entregará apenas uma escola em sua gestão

O primeiro mandato do prefeito Edvaldo Holanda Júnior (PDT) termina no final deste ano e, até o momento, grande parte das construções de creches e escolas anunciadas em sua campanha não saiu do papel, são apenas promessas. Ou seja, reeleito ou não, o prefeito poderá realizar a solenidade de entrega de apenas uma instituição financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ainda este ano.

Na terça-feira (19), o Sindeducação – gestão “Renovar e Avançar na Luta”, vistoriou em São Luís obras de escolas e creches, nos bairros da Chácara Brasil (Turu) e Morada do Sol (Maracanã). O dinheiro destinado para a construção das instituições – no total de 18, foi repassado desde 2013 pelo FNDE ao município e o valor do recurso foi de R$ 35 milhões.

Durante a fiscalização, chamou a atenção da diretoria do Sindeducação, representada pela professora  Elisabeth Castelo Branco, a coordenadora Edylene  Santos e o diretor financeiro Benedito Oliveira, dados básicos sobre as obras, entre eles, a falta de informação sobre o início da construção da “Escola de Educação Infantil” e da “Escola com 12 Salas”, ambas localizadas na Av. Goiás, Chácara Brasil (Turu), ninguém no local soube dizer com precisão quando as obras começaram. Os valores destinados para a construção destas escolas somam mais de R$ 5 milhões, a primeira unidade tem prazo de entrega para 12 meses e a segunda para 270 dias. De acordo com os funcionários da construtora responsável, a Palmares, a placa de identificação, que traz os dados da construção, segue um determinado padrão, por isso não há nenhuma referência do início da obra.

Chácara Brasil (2)

Chácara Brasil (1)

No Residencial Morada do Sol, os representantes do Sindeducação encontraram apenas um campo de futebol que representava o terreno para a construção de uma escola. Segundo informações obtidas com os moradores, a obra da escola ainda não foi efetivada devido um impasse entre a comunidade e a Prefeitura de São Luís. No mesmo residencial, o Sindeducação acompanhou as obras da “Creche Tipo C- Proinfância. A placa de identificação desta obra, que começou há dois anos, diz que prazo para a entrega será em Setembro deste ano, de acordo com os responsáveis da empresa Canopus Construções, a creche está 80% concluída, ou seja, em fase de acabamento.

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“O Sindeducação está fiscalizando as tão sonhadas construções que os professores esperam em relação às creches e escolas do Ensino Fundamental, em São Luís. Hoje, nós temos quase 50% de anexos, inclusive está na pauta de nossas reivindicações o fim desses anexos e o início de construções de novas escolas. Desde 2013 estamos cobrando a construção das 13 creches e 5 escolas e até agora não houve comprometimento do governo municipal em proporcionar para a comunidade uma mudança no perfil educacional que hoje temos. Nessa terça-feira (19), em nossas vistorias, percebemos que os trabalhos estão delongados, feitos realmente de forma muito lenta e quem sofre com essa morosidade é a população, são nossos professores e nossas crianças. Nos decepcionamos”, declara a professora Elisabeth Castelo.

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Na oportunidade, o Sindeducação visitou também a U.E.B. Prof.ª Laura Rosa, localizada no bairro da Cidade Operária e construída, segundo informações repassadas pelo secretário de educação, Moacir Feitosa, com recursos próprios e com valor estimado em R$ 500 mil. Com obras iniciadas desde 2006 e entregue para a comunidade apenas em 26 de Junho deste ano, a instituição de ensino ainda não atende em tempo integral, das 5 salas entregues, somente 2 estão funcionando.

O Sindeducação nesta semana continua com seu trabalho de fiscalização pontual das obras de escolas e creches (com repasses oriundos do FNDE) que o prefeito Edvaldo Holanda Júnior insiste em falar que está construído. O sindicato tenta descobrir onde estão previstas as construções para verificar se existe, de fato, alguma base. Além disso, o Sindeducação está fiscalizando as intervenções e reformas que estão sendo feitas nas escolas municipais. “O objetivo é que possamos constatar e dizer aos professores, colocando nosso olhar enquanto entidade sindical, o que está realmente sendo feito para que possamos cobrar coletivamente uma melhoria na infraestrutura das nossas escolas e uma educação de qualidade”, conclui a professora Elisabeth Castelo Branco.

1 comentário

  • Clara disse:

    Muitas obras estão em andamento, eu creio que se não forem entregues ate o final do ano, sairão , no começo de 2017. o importante é que estão iniciadas né. acho isso muita cobrança.

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