Após anunciar o início do calendário letivo nas escolas da rede pública municipal de ensino para esta terça-feira, 22 de fevereiro, a Prefeitura de São Luís demonstra que não se preparou para a retomada presencial nas 258 unidades de ensino espalhadas pela capital maranhense, conforme havia anunciado. Às vésperas do início das aulas, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) ainda não apresentou os protocolos sanitários atualizados, não elaborou novas diretrizes para o retorno presencial e oscila sobre a quantidade de escolas que retornarão de forma presencial, remota e/ou híbrida.
O Sindeducação solicita à Prefeitura de São Luís e à Semed um posicionamento oficial sobre este retorno das aulas, considerando que somente hoje, 21 de fevereiro, foi anunciado que existirão duas modalidades de retorno, presencial para escolas em que as reformas e reparos foram concluídos e remoto para escolas que não têm condições de receber a comunidade escolar. O sindicato já recebeu inúmeras reclamações e denúncias de professores (as) da rede, a maioria tratando de informações desencontradas entre a gestão das escolas e a pasta da educação, se multiplicam as dúvidas sobre a retomada das aulas presenciais, especialmente no que tange ao cumprimento dos protocolos sanitários; denúncias de escolas que foram só pintadas ou trocadas lâmpadas e ventiladores, escolas cujas salas de aula estão com 40 a 50 alunos matriculados.
Há também muita indignação porque os professores realizaram toda uma organização e planejamento pedagógico para aulas presenciais e, do dia para noite, têm que adaptar todo o planejamento para a modalidade do ensino remoto, tendo em vista que suas escolas não voltarão de forma presencial. Não é possível aceitar que os (as) professores (as) sejam prejudicados pela desorganização e improvisação da Semed, que a autonomia das escolas seja respeitada, para que a comunidade escolar possa decidir como vão reorganizar o trabalho pedagógico considerando sua realidade.
Há uma semana, a diretoria do Sindeducação faz plantão na Semed cobrando uma reunião e documentos oficiais que: a) informassem os nomes das escolas que efetivamente retornariam de forma presencial, visto que nas Blitz nas Escolas, realizada de janeiro até fevereiro pelo sindicato, já era possível vislumbrar que esse retorno não aconteceria na data prevista pela Prefeitura de São Luís; b) que apresentem a atualização dos protocolos sanitários que serão adotados nestas unidades, bem como quais as medidas referentes às solicitações do passaporte vacinal para todos aqueles que entrarem no ambiente escolar; c) as diretrizes que orientem de forma sistemática a realização das atividades pedagógicas na rede, sejam elas presenciais, remotas ou híbridas e d) a proposta de calendário escolar de 2022, considerando as modificações por conta do adiamento das aulas. Outro ponto que a entidade sindical exige, neste momento, em que se fala da continuidade do ensino remoto, são as garantias de acesso aos equipamentos tecnológicos para alunos da rede, dentro de uma plataforma on-line de ensino e a continuidade do Auxílio Conectividade aos professores (com um valor revisado, que atenda às necessidades dos educadores).
O Sindeducação reforça a cobrança de que o retorno presencial só aconteça onde for possível, onde for seguro, resguardando, em primeiro lugar, a vida das pessoas. Assim, é preciso que a Prefeitura de São Luís venha a público apresentar um plano concreto para o início do Calendário Escolar, que ofereça condições de trabalho e desenvolvimento das atividades pedagógicas (presenciais ou remotas) e um ambiente seguro para toda a comunidade escolar.
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IMPRENSA SINDEDUCAÇÃO