Semed segue desarticulando acompanhamento da Educação Especial

Secretaria tirou doze profissionais técnicas de acompanhamento da equipe da Educação Especial

Na manhã desta terça-feira (21), a diretoria do Sindeducação realizou reunião com técnicas de acompanhamento da rede pública municipal de ensino para discussão de um problema grave,  a desarticulação da Equipe de  Acompanhamento da Educação Especial. Na quinta-feira,  16, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) tomou uma medida autoritária e devolveu 12, dos 30 profissionais que atuam acompanhando as 256 escolas, nos três turnos. Sem apresentar nenhuma espécie de justificativa técnica que poderá dificultar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência.

O trâmite começou em janeiro deste ano quando a secretaria solicitou o comparecimento de cerca de 15 profissionais ao Recursos Humanos. Segundo uma professora que está na situação, ao chegarem ao RH, na tentativa de primeiro entender do que se tratava essa convocação, nem o setor soube dizer o que estava acontecendo. Agora, neste mês de março, os técnicos relataram o recebimento de uma carta já indicando os seus novos locais de lotação– muitos extremamente distantes.

O que os (as) professores alegam é que a iniciativa da Semed desconsidera o trabalho que eles já desenvolvem há anos para a Educação Especial. “Somos profissionais que estamos sempre investindo em nossa formação continuada para melhor desenvolvimento de uma política de educação inclusiva na rede, muitos já trabalham há mais de 20 anos nas escolas, e agora, por uma decisão unilateral da Semed, a gente vai deixar tudo para trás. Como ficará essas crianças e jovens? ”, questionou uma professora.

Ela disse que a Prefeitura de São Luís parece desconhecer a importância desses profissionais para a rede que chegam a atender até 15 escolas. A demanda é tão alta que muitas UEBs só conseguem receber a visita dos (as) técnicos (as) a cada 15 dias, além disso, todos os custos com o deslocamento são de responsabilidade dos profissionais, que não recebem nenhum tipo de auxílio financeiro. “A gente tira dinheiro do bolso para custear a gasolina”, informou uma técnica.

“A desarticulação do acompanhamento da Educação Especial parece que é uma missão da Prefeitura de São Luís, que enxerga os (as) alunos com deficiência como se eles fossem um problema e que a educação deles é de competência exclusiva das famílias”, observou a diretoria do Sindeducação.

O Sindeducação prestou todo apoio e solidariedade às educadoras que buscaram a entidade. Neste encontro ficou alinhado que uma reunião será solicitada pelo sindicato com a Semed para tratar deste assunto e que as  informações obtidas pelos diretores serão incluídas em um documento que a entidade prepara para levar ao Ministério Público do Maranhão já nesta quinta-feira (23), em uma audiência que será conduzida pelo promotor Lindonjonson Gonçalves de Sousa, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís. A nossa entidade, inclusive, convidou as educadoras para estarem presentes.

 

 

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