Segundo dia do Seminário de Educação Infantil trouxe mais debates produtivos

8Com a temática: “O Empoderamento Profissional na Educação Infantil – teoria e prática”, o segundo dia do Seminário trouxe discussões importantes sobre vários aspectos que constituem o ensino na primeira etapa da infância.

Com o foco direcionado para o profissional do magistério, o Dr. José Carlos de Melo, ministrou a palestra Docência na Educação Infantil: a identidade profissional, que teve como debatedora, a Dra. Mônica Pinazza. O palestrante abordou inicialmente a teoria histórica da educação, resgatando os primórdios da prática pedagógica, bem como surgimento do processo de desvalorização da profissão, onde os professores daquela época não precisavam ter formação ou qualificação para lecionar. Ele concentrou o teor do discurso na necessidade do autoconhecimento e as perspectivas de transformação profissional, visto que há uma colisão temporal entre o professor formado no antigo magistério e as mudanças que ocorreram ao longo dos anos na educação.

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“Esse tema é muito importante para o debate, pois muitos professores que estão na Educação infantil ainda são daqueles cursos de pedagogia antigo que não eram preparados para formação do professor desta modalidade; consequentemente, a identidade dele não era de professor da Educação infantil; então, como é que ele vai conseguir construir essa identidade? É verificando o processo histórico no que foi construído ao longo do tempo, pois a prática tem sofrido mudanças, e dentro deste parâmetro o professor precisa se reconhecer como profissional da educação infantil, identificar seu papel dentro espaço escolar e reconstruir sua prática profissional”, comentou o Dr. José Carlos.

Ainda no período da manhã, os participantes assistiram à palestra “Organização da Rotina e do Espaço Escolar na Educação infantil” (UFRGS), com a Dra. Maria Carmem Barbosa. A proposta da temática evidenciou a importância do processo de estruturação do desenvolvimento das atividades pedagógicas para o crescimento do aluno.

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“Rotina é algo que nós organizamos dentro de um determinado tempo e espaço; o importante é que deste processo possamos propiciar o desenvolvimento e a participação da criança, ao modo de transferir aqueles valores que nós defendemos em nossa proposta política pedagógica; é o olhar extraordinário dentro do ordinário”, explicou a Dra. Maria Barbosa.

Após a explanação, a estudante de Pedagogia, Isabela Cristina Ribeiro, falou da grande relevância do momento. ‘O tema do evento foi muito bem proposto, pois o professor precisa integrar a teoria à pratica de fato, e assim alcançaremos o empoderamento profissional que almejamos. O Sindeducação está de parabéns, pela sensibilidade e preocupação em proporcionar esta experiência de conhecimento e despertar; estou maravilhada”, destacou.

No segundo momento, a Dra. Mônica Pinazza retornou à discussão com o assunto: Avaliação e monitoramento para uma melhor qualidade na educação infantil. A ministrante pontuou as vertentes da avaliação nesta modalidade da educação, expondo que hoje este processo tem perdido a essência de seu propósito, no sentido de que o professor da Educação Infantil deve alinhar essa avaliação em consonância à documentos legais, como a LDB e outros. Dentro deste contexto, faz-se necessário a construção de uma observação holística, onde o docente passa a priorizar a escuta do aluno, perceber aquela criança sob condições individuais e no convívio social, a fim de extrair elementos e elaborar, cotidianamente, relatos dessas experiências diárias para criar uma documentação pedagógica, que ao longo da carreira irão agregando ao crescimento profissional.  Partindo deste precedente, a palestrante alerta para o vício errôneo da avaliação com concepções pré-estabelecidas, que rotulam a criança, e se fecham para verificação mais aprofundada. “Monitorar implica na constituição de forte documentação que tragam um caráter investigativo das práticas que estão sendo desenvolvidas e da experiencia que as crianças vivenciam; permite ao professor rever sua atuação no campo escolar e assim buscar melhorias”, pontuou a palestrante.

“Para a professora Gleise Sales, o segundo dia superou ainda mais as expectativas. “O Sindeducação organizou este evento para que os nossos professores pudessem absorver novos conhecimentos, se inquietar e refletir sobre a necessidade da transformação na prática pedagógica e do nosso eu profissional’, expôs.

Afim de eclodir este aprendizado e consolidar algo consistente após a realização deste evento, o Sindeducação propôs aos participantes a criação de uma coletânea, onde será desenvolvido um texto, relatando as vivências pedagógicas extraídas deste momento, bem como a insuficiência da ação do poder público em investir na qualificação dos profissionais da rede de ensino público de São Luís. O conteúdo consistirá em uma coletânea de experiências que será veiculado no site do Sindeducação.

“Esse momento é riquíssimo, onde nós, professores, além do conhecimento, estamos colocando as nossas dificuldades de sala de aula e trocando experiências que nos elevarão profissionalmente. Que partir deste Seminário, possamos buscar o empoderamento de conhecimento, nos tornando ainda melhores como profissionais”, frisou a presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco.

10A última discussão da tarde debateu as relações sociais na Educação Infantil e a formação docente, com o Dr. Alcido Leite da Silva, e como debatedor, professor Ângelo Rodrigo Bianchini. A mesa trouxe à tona a “importância de se pensar a questão da cultura afro dentro do processo de aprendizagem, que muitas vezes é uma educação marcada pela negação, onde ocorre casos em que acriança não se enxerga como negra, e ela ao longo do seu processo de aprendizagem vai sofrer prejuízos. E o professor é peça fundamental nessa construção da identidade, fazer com que a criança saiba lidar com tal situação”, explicou o palestrante.

1A plateia, que veio de vários municípios do Maranhão, enalteceu, mais uma vez, a iniciativa do Sindeducação, que demostrou seriedade e compromisso com a Educação, proporcionando o enriquecimento profissional da categoria de professores.  “ O Sindeducação está de parabéns, foi algo de extrema relevância para a nossa formação profissional no âmbito da Educação Infantil; e hoje o sindicato está fazendo o papel que deveria ser da prefeitura de São Luís; estou maravilhada com o evento, elogiou a professora Roseane Boaz.

O Seminário encerrará amanhã, dia 3 de junho, com as temáticas: “Infância, brincar e diversidade: inspirações para a educação infantil”, com a Dra. Maria Walburga dos Santos, e os “Desafios da inclusão de crianças com deficiência na Educação Infantil”, com Dra. Thelma Costa Chahini.

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