A diretoria do Sindeducação segue intensificando as ações de visitas às escolas da rede municipal de São Luís. Na quinta-feira (08.06) e na sexta-feira (09.06), os diretores estiveram na UEB José Sarney Costa (Anexo Maria Alice Coutinho), UEB São José, UEB João de Sousa Guimarães (Polo e Anexo) e constataram os inúmeros problemas que essas unidades de ensino apresentam, desmentindo as propagandas do Prefeito Edivaldo Holanda Junior que mostra uma realidade enganosa e completamente longe do contexto da atual situação da educação da capital.
Os problemas observados são recorrentes à toda a rede de ensino; além da péssima infraestrutura, as escolas não mantêm espaços para a realização de atividades físicas e recreativas; as salas são quentes e não possuem ventiladores; falta água; a merenda escolar não chega de forma regular e quando tem, são mantidas em cozinhas insalubres; não é ofertado material didático e pedagógico para que o professor tenha condições mínimas de ministrar uma aula atrativa com requisitos diferenciados.
Na Escola UEB José Sarney Costa (anexo Maria Alice Coutinho) localizada no bairro do Turu a situação é revoltante. Logo na entrada, o cartão de visitas da escola é um portão enferrujado e todo quebrado, amarrado por fios de nylon. Ao adentrar na escola, a sala de refeição fica em um local impróprio onde os estudantes fazem as suas refeições em plena exposição ao sol. Na unidade de ensino a falta d’água é um problema recorrente, dessa vez, faz cinco dias que não tem água nas torneiras e a cisterna da escola assim como a caixa d’água estão sujas e sem condições de uso. Os banheiros não têm infraestrutura adequada e as torneiras e conexões estão quebradas.
Outro fator agravante dentro deste espaço escolar é a forte temperatura, que tem causado mal-estar generalizado. Vale ressaltar que UEB foi alvo de ataques criminosos, no ano passado, em que uma das salas foi queimada. Para a surpresa dos sindicalistas, a dependência destruída pelo fogo ainda permanece no mesmo estado. Segundo os professores, diversos comunicados já foram feitos à Secretaria de Educação e até hoje nenhuma resposta satisfatória foi dada a direção escolar. Por conta da interdição da sala, os alunos do quarto e quinto ano matutino estão com as salas unidas, estudando no mesmo ambiente.
“É revoltante ver o secretário de Educação, Moacir Feitosa e o prefeito, Edivaldo Holanda Júnior, tratando os problemas existentes na rede de ensino como algo banal; como se professores e alunos não tivessem direito à um espaço digno para o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem”, expôs a professora Orfisa Surama.
O prédio anexo da Escola onde a Prefeitura de São Luís paga aluguel no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para atender a Escola, os professores são impedidos de utilizarem o espaço no período vespertino, ficando fechado durante a tarde. “Nunca entendemos porque não podemos utilizar o prédio anexo da escola. Lá existe um espaço relativamente bom que está sendo pago e que na verdade não adianta de nada para nós”, disse a professora Josiane Martins.
Já a professora Naja Fernanda reclama da falta de espaço para desenvolver as atividades físicas e das condições de infraestrutura da escola. “Não temos espaço, não temos material. Tentamos desenvolver as atividades utilizando a nossa imaginação, comprando os materiais com o nosso dinheiro. Só realmente muita força de vontade, muito amor, para continuar porque a situação é muito difícil. Não temos sequer água. Temos que pedir para as crianças trazerem de casa. É uma tremenda falta de respeito com os nossos alunos, com a educação da nossa cidade”, disse a professora Fernanda.
Para Nathália, mãe de aluno, é preocupante deixar todo dia a sua filha na escola. “Entregamos os nossos filhos aqui na escola, mas não sabemos se vamos recebe-los bem. A estrutura da escola está deplorável, o teto está caindo, não tem água, o lanche não é bom, o ventilador não presta. Então a situação está muito difícil aqui na escola, desabafou a mãe.
Mais problemas: cenário escolar assolado pelo descaso e o abandono da gestão pública
Na UEB João de Sousa Guimarães, que recentemente recebeu ações paliativas, os antigos problemas ressurgiram. No mês de maio, a escola suspendeu as aulas por causa de uma pane elétrica. No anexo desta unidade de ensino, que funciona em uma associação, a situação é de calamidade pública. Sem estrutura básica, banheiros insalubres, bebedouros mal conservados, ventiladores e tetos danificados, a escola é o retrato do abandono do poder público. O Sindeducação e a comunidade escolar travaram uma árdua luta para que a unidade de ensino fosse reformada.
Na UEB São José a situação não é diferente, por várias ocasiões o Sindeducação denunciou aos órgãos competentes. O prédio é afetado por graves problemas: faltam ventiladores e iluminação nas salas de aula; a merenda escolar não é de boa qualidade, os telhados estão cheios de goteiras; os banheiros estão sem infraestrutura de uso com torneiras quebradas e pias sem conexões.
“Esse é o real panorama das escolas pública municipais de São Luís. A escola pública descrita na propaganda de Edivaldo não mostra para a sociedade a realidade decadente destes ambientes, que deveriam ser de aprendizagem, mas como aprender diante de tais condições? Só quem está no chão da escola dia a dia sabe das dificuldades que os alunos e os professores enfrentam. Eu fico indignada com o que estão fazendo com o futuro dessas crianças. O prefeito Edivaldo Holanda Junior está negando um direito básico à população que é a educação; a realidade das escolas da rede municipal de São Luís é desumana”, desabafou a professora Elisabeth Castelo Branco.
1 comentário
Edivaldo merece o prêmio de pior prefeito que são Luís já teve no que concerne à educação