“Professor, Não Me Deixe Para Trás: relato de experiência com alunos do 4º ano do ensino fundamental” é o título do trabalho produzido por Rosangela Soares Encarnação
Servindo o município há 20 anos, a professora Rosangela Soares Encarnação escolheu seu próprio local de trabalho para desenvolver sua pesquisa, trata-se de uma experiência de intervenção no campo da alfabetização com discentes do 4º ano do ensino fundamental da UEB Profa. Rosália Freire, localizada no bairro da Vila Isabel.
Considerando os grandes prejuízos trazidos pela pandemia da covid-19 nos últimos 2 anos para o ensino, o trabalho apresentado mostrou as estratégias metodológicas aplicadas durante o processo de alfabetização dos alunos não-alfabetizados no período pós-pandêmico. E o artigo da professora Rosangela Soares, que trata sobre a intervenção com alunos na faixa etária de 9 a 11 anos, foi destaque nacional ao ser publicado na revista cientifica Amazon Journal.
O Amazon é um veículo de informação editado há 4 anos no coração da região mais rica do planeta: a Floresta Amazônica e que tem como objetivo divulgar a pesquisa básica e aplicada a produção científica de todas as áreas do conhecimento (Biológica, Exata e Humana) por parte de professores, alunos e pesquisadores do Brasil e do Mundo.
Mais sobre o Artigo
Para a educadora, em seu artigo, intervir no processo de aprendizagem dos alunos não alfabetizados foi a maneira mais eficaz para que o problema não virasse uma bola de neve prejudicando o desempenho das crianças nas etapas seguintes de ensino. “Como professora/pesquisadora que conhece as dificuldades do seu aluno já previa que estes ao retornarem à escola teriam déficits de aprendizagem, pois, dois anos fora da escola era um bom motivo de defasagem. Como professora de anos de experiência na alfabetização, percebi o quanto a pandemia trouxe prejuízos a essas crianças”, explicou.
E entre as situações levantadas por Rosangela, vários relatos, entre eles, que os responsáveis por uma das crianças não sabiam nem ler e escrever, outro aluno disse que a própria mãe fazia suas atividades, houve também um aluno que declarou não ter nenhuma obrigação a fazer, portanto, passou o período da pandemia em frente à TV. “Identificadas às situações particulares resolvi abandonar as aulas convencionais e decidi não deixar nenhum aluno para trás”, explicou a educadora.
Rosangela conta no artigo que adotou estratégias plausíveis para acelerar o processo de ensino e, durante cinco meses ao chegar à sala, dava atenção aos alunos que estavam aptos, explicava o conteúdo e atribuía atividades e, para aqueles que tinham dificuldades, procurou colocá-los ao seu lado e passou a iniciar o processo da escrita e da leitura. Ela conta que finalizou o trabalho se sentindo vitoriosa por ter conseguido alcançar os objetivos propostos. A professora diz que voltou a seguir as aulas normais, colocando alunos mais avançados ajudando outros em momentos de dificuldades e, atualmente, a cada semana realiza uma avaliação diagnóstica, que permite saber o nível de aprendizado alcançado.
Sentindo-se realizada com a conquista do trabalho em sala de aula e a publicação do artigo em um veículo de extrema importância, para a educadora é mais uma vitória alcançada. “Divulgar meu artigo é exaltar o trabalho de educadora que tenho. Na rede municipal de São Luís existem muitos professores capazes de produzir, de contribuir, tem tudo para crescer, mas muitas das vezes não há valorização aos profissionais. Um dos grandes problemas que nos afeta é a alfabetização. Com o retorno as salas de aula verificou-se os crescentes números de alunos prejudicados. Incentivar um aluno com a intenção de não deixá-lo para trás, é ajudá-lo, isso que é o meu papel como educadora”, finalizou.
Acesse o artigo “Professor, Não Me Deixe Para Trás: relato de experiência com alunos do 4º ano do ensino fundamental” clicando (aqui).