As dirigentes sindicais, professoras Izabel Cristina, Nathália Karoline e Raimunda Rodrigues, acompanharam uma Comissão de Pais de alunos, em vistoria realizada na Creche da Chácara Brasil, Turu, na manhã desta terça-feira, 12. Os pais das comunidades do Brisamar, Sol e Mar, Divineia e Vila Luizão, uniram-se em defesa do direito à educação dos filhos e monitoram, de perto, o andamento dos serviços de finalização das obras.
Após o secretário municipal de Educação, Moacir Feitosa, ter se comprometido com o prazo de entrega da creche à comunidade para o mês de maio de 2019, os pais constataram que o local continua abandonado e não há nenhuma equipe de obra trabalhando. Durante a visita, o vigia, que preferiu não se identificar, relatou que a fiação elétrica foi instalada, mas que depende de um transformador. A creche não tem abastecimento de água, e o prédio continua sem mobília.
Porém, as diretoras sindicais e os pais se preocuparam ainda mais com os problemas ocasionados pela infiltração. Todas as salas de aula apresentam sinais de goteiras, o piso já está danificado em alguns pontos e as paredes do prédio evidenciam marcas de inundação por água da chuva.
Para a manicure, Silvana Silva, mãe de uma menina de 3 anos, o sentimento é de angustia. “Eu preciso trabalhar e é complicado levar minha filha. Fico angustiada com essa demora, pois pelo que estamos vendo aqui, nada está sendo feito”, lamentou a mãe.
A dona de casa, Suenia Salazar, conta que foi denunciada ao Conselho Tutelar, pois tinha que deixar em casa o filho de 2 anos aos cuidados do irmão de 9 anos. A mulher teve que desistir do emprego. “Não sei mais o que fazer! Dependo dessa creche iniciar para que eu possa trabalhar e sustentar meus filhos”, falou.
A professora Izabel Cristina Dias aponta que todos os problemas de infraestrutura encontrados representam dinheiro público desperdiçado. “Essa é uma obra nova, que já deveria ter sido entregue há anos e, hoje, quase concluída, já apresenta problemas graves. Novamente, vai ser gasto dinheiro em algo que acabou de ser construído, algo que é novo. Isso não é só falta de gestão, é mau uso do dinheiro público”, frisou a sindicalista.
Luta
O Sindicato tem um histórico extenso de denúncias cobrando a construção de escolas e creches, desde 2013, e, atualmente, está como parte interessada no processo judicial do Ministério Público contra a Prefeitura de São Luís que pede a entrega imediata das 25 creches à população ludovicense, prometidas pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior em seu primeiro mandato.
No início deste ano, o sindicato denunciou através dos canais de comunicação do Sindeducação, a atual situação das creches da Chácara Brasil, Cidade Operária e Morada do Sol, em que ambas estão com as obras paralisadas. O sindicato também participou de mobilizações com a Comissão de Pais, que aconteceram entre os meses de janeiro e fevereiro. No último dia 4, outra manifestação foi feita em frente à escola e os pais exigiram a presença do secretário Municipal de Educação, o qual compareceu e afirmou que a creche iniciará as atividades no dia 2 de maio de 2019.
Relembre
DENÚNCIA | Município de São Luís ainda não entregou as 25 creches prometidas pelo prefeito
PROTESTO | Comunidade da Chácara Brasil cobra entrega de creche municipal abandonada pela gestão Edivaldo Holanda Júnior
ABANDONO | Comunidade da Chácara Brasil volta a protestar e cobra inauguração de creche
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O sindicato também provocou o Ministério Público e conseguiu agendar uma reunião com o Promotor da Educação, Paulo Avelar. O encontro está marcado para esta quarta-feira, 13, na Promotoria, e contará com a presença da diretoria sindical e da comissão de pais.