Na semana passada, o Ministério Público do Estado do Maranhão, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), deflagrou a operação “Véu de Maquiavel” nos municípios de São Luís e Palmeirândia, com a finalidade de desarticular organização criminosa investigada por praticar, em tese, os crimes de lavagem de capitais, peculato e organização criminosa.
Os vereadores Francisco Chaguinhas (Podemos), Aldir Júnior (PL), Edson Gaguinho (União Brasil) e Umbelino Júnior (PSDB) foram alvo de mandados de busca e apreensão em suas residências e gabinetes na Câmara Municipal de São Luís, inclusive, Edson Gaguinho foi preso por estar em posse de dois animais silvestres: dois veados e uma arara, que estavam sendo mantidos em cativeiro na sua residência no bairro Vila Riod, na capital maranhense – manter animais silvestres em cativeiro é uma prática considerada crime ambiental.
De acordo com as informações do Ministério Público, os investigados são suspeitos de desvio de recursos de emendas parlamentares em conluio com três entidades sem fins lucrativos. Estima-se, segundo informações preliminares do Gaeco, que a suposta organização criminosa tenha movimentado cerca de R$ 6 milhões, por meio de simulação da aplicação dos recursos.
O Gaeco disse que uma entidade cuja área de atuação é a educação, por exemplo, emitiu notas fiscais de prestação de serviços de gerenciamento, fiscalização e logística de projetos. A apuração descobriu ainda indícios de que uma pessoa jurídica com atividade no ramo de fotografia expediu notas fiscais de mais de R$ 600 mil para fornecimento de cestas básicas, embora tenha adquirido apenas produtos de natureza diversa, no valor inferior a R$ 20 mil.
Em nota, a Câmara Municipal de São Luís declarou que: “houve total colaboração com a equipe que esteve presente e que os fatos não são atuais. A Casa ainda reforçou que está contribuindo com todas as informações e acessos necessários junto ao Ministério Público”.
O que diz o Sindeducação sobre este assunto:
O Sindeducação espera que, caso a Justiça confirme o envolvimento dos parlamentares nessa suposta organização criminosa, que sejam julgados nos rigores da lei e aplicadas as penalidades. A existência dessa operação do MPMA revela que a Casa Legislativa tem que ficar atenta e caso se confirme devem ser levados ao conselho de ética para pedir o afastamento por ferir o código de ética ou de conduta de um parlamentar.
Enquanto as instituições competentes cuidam do caso, nós, cidadãos e eleitores, devemos ficar atentos, pois, no próximo ano, haverá eleições municipais.
O exercício da nossa cidadania não se esgota no voto, pois, numa democracia, todas as partes possuem seus direitos e seus deveres e devemos assumir o papel de cidadão e acompanhar e fiscalizar o trabalho dos nossos seus representantes.
Qualquer histórico de envolvimento em crimes ou casos de corrupção não devem estar condizentes ao que consideramos o que é melhor para nossa cidade. Vamos ficar de olho nos rumos da operação “Véu de Maquiavel”!