SOU PROFESSOR (A) E EXIJO RESPEITO!
Será que os professores da rede pública municipal que estão em greve são irresponsáveis? Ninguém gosta de greve. Ela sempre atrapalha. Sempre na luta buscamos negociação com o governo municipal. Levamos conosco uma proposta construída durante anos e aprovada em Assembléia. O que recebemos? Cancelamento de reuniões, inoperância de grupos de trabalho (SEMED, SEMAD, SEMFAZ e outros), descumprimento de acordo assinado e indiferença diante de todos.
Precisamos compreender a postura do governo. Pois a situação dos servidores é grave, pois além do arrocho salarial, tem a “Lei de Responsabilidade Fiscal”, que estabelece limites para “Gastos com Pessoal”. Tal lei tem sido usada pelo governo municipal como o principal argumento para negar os justos reajustes salariais reivindicados pela categoria de professores.
Como se não bastassem os baixos salários, os professores ainda padecem com as péssimas condições de trabalho, comprometendo a qualidade do serviço prestado e a qualidade de vida tanto dos alunos, mas principalmente dos professores que acabam se desdobrando e até colocando recursos pessoais para realizar suas atividades: Quantos professores compram com seus próprios salários materiais que deveriam ser fornecidos pelas escolas? Basta uma visita às escolas municipais para constatar que as coisas não estão funcionando como previsto e desejável, porque a precarização e sucateamento são visíveis.
Em determinado momento, o salário fica tão defasado e as condições tão aviltantes, que os trabalhadores precisam se organizar para reivindicar seus direitos. As negociações administrativas raramente avançam, pois todas as limitações legais são jogadas na mesa e barram todo e qualquer pleito e reivindicação. Os dados refletem a situação de arrocho salarial em que se encontram os professores. Esgotadas as possibilidades de negociação, não restou outra saída senão a greve – direito consagrado aos trabalhadores.
Tentamos exaustivamente negociar fora de greve. Em vão. Então decidimos juntos pela GREVE. Estruturamos o movimento paredista como forma de pressionar o governo a nos ouvir. Hoje com 49 dias de greve, com toda a pressão, ainda não conseguimos reiniciar o “diálogo”, paralisado desde o dia 15 de maio. O que veio da parte do governo? Uma “proposta de 3%”, que consideramos inaceitável e indecente, que desmerece nossos anos de estudo. O governo mente e desconsidera completamente o que buscamos. Nem ao menos menciona elementos de nossa pauta que vêm sendo construída desde 2013. Ate o exato momento o governo não apresenta nada de novo à categoria. Foram mantidas as mesmas características da anterior, aprofundando o fosso existente na carreira docente atual e nem de longe abordando algum elemento relativo às condições de trabalho e nem sobre direitos estatutários. Novamente, o fio condutor do GOVERNO, foi trabalhar, de forma irrisória e até ofensiva na malha salarial e nos apresentar, mais uma vez, um cem número de planilhas esvaziadas de qualquer conteúdo plausível. Diante de tudo isso, o movimento não arrefeceu. Ao contrário, ganhou mais força e adesão.
Por isso companheiros e companheiras, vamos mostrar a cara, organizados, juntos, colados, firmes e fortes na luta por nossos direitos, buscando garantir o sustento de nossas famílias e defender a dignidade do próprio serviço público, das escolas municipais que beneficia toda a sociedade, mas principalmente crianças e adolescentes. Todos nós professores merecemos respeito, pois trilhamos o caminho da luta cidadã e não nos deixamos corromper pelo “Sistema”.
Vamos à luta pela garantia dos nossos direitos e dos direitos dos nossos alunos. Queremos uma política educacional que garanta qualidade das escolas e do ensino público e políticas de valorização do profissional do magistério.
AVANTE PROFESSORES, RUMO A VITÓRIA!!!
Elisabeth Castelo Branco-Presidente do Sindeducação