O Sindeducaçao participou nos dias 27 e 28 de Março, em Curitiba (PR), do Seminário Nacional: Organização e Formação Sindical realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade da qual o sindicato é filiado. As dirigentes sindicais, Nathália Karoline e Raimunda Gualberto, representaram os educadores ludovicenses no evento, que busca, dentre outros, manter os sindicatos de todo Brasil na defesa da classe trabalhadora, mesmo diante da conjuntura adversa e cenários desafiadores.
Para as dirigentes, o evento fortaleceu a integração das entidades sindicais, e revelou experiências exitosas de mobilização, luta, e financiamento sindical, diante dos ataques do novo governo.
Na mesa de abertura, as mensagens dadas passaram um só sentimento: “Fazer da estratégia interna, um ato de sobrevivência e resistência! A secretária-geral da CNTE, Fátima da Silva, destacou a relevância do encontro, e frisou que “a decisão política da CNTE de realizar esse evento, é uma forma de nossas bases também serem partes dessa resistência”.
A programação do Seminário foi antecedida por uma reunião do Coletivo de Formação, para organização dos trabalhos e socialização da conjuntura nos Estados representados.
A primeira mesa de debate focou na temática “Perspectiva da Organização e Financiamento Sindicais”, com os debatedores João Felício, diretor nacional da CUT; o professor Marcos Ferraz (UFPR); e o Secretário de Finanças da CUT, Quintino Severo. Em pauta, o grande desafio de ampliar a representatividade sindical no contexto atual.
O professor Marcos Ferraz falou sobre o desafio do financiamento sindical, e como fazer a mediação nessa conjuntura política. “É preciso olhar também para os temporários, por mais que sejam uma base instável”, pontuou.
Quintino Severo elencou questionamentos fundamentais sobre o modelo sindical desejável. “Que modelo de organização sindical queremos? Quem vai nos representar? Como vão nos representar? Como vamos financiar a luta sindical?”, lançou para reflexão.
Para a CNTE, o grande debate deve girar em torno de como deve ser o financiamento sindical, e pensar em outras formas de recolhimento da contribuição sindical. “O papel do sindicato, e o modelo de Organização Sindical, são determinantes para o futuro das entidades sindicais”, avaliam os dirigentes nacionais.
MP 873 – No segundo dia do Seminário, a pauta em debate foi a famigerada MP 873/19, e possibilidades de novas formas de financiamento sindical”. Maria Euzébia de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás – SINTEGO, e o assessor jurídico e político da CNTE, Eduardo Ferreira, foram os debatedores dessa mesa.
O assessor jurídico denunciou os objetivos “ocultos” da MP 873, que tenta intervir no sindicalismo nacional para enfraquecer as ações da classe trabalhadora contra as medidas ultraliberais e reacionárias do atual governo, que trilha pela extrema direita, sobretudo, a Reforma da Previdência.
A MP atinge o financiamento de todo o sistema confederativo (sindicatos, federações, confederações e centrais), impondo regras inconstitucionais para a cobrança de todas as fontes de receitas sindicais (mensalidades, contribuições facultativas e contribuição do imposto sindical).
EXPERIÊNCIAS – Na tarde do dia 28, os sindicalistas de todo o Brasil, apresentaram experiências exitosas de sindicatos que vivenciaram o corte no repasse das contribuições mensais, e usaram estratégias para a “sobrevivência” das entidades, intensificando a formação da base e o resgate do sentimento de pertencimento na categoria, com o objetivo de repensar o envolvimento da classe trabalhadora, através da discussão das subjetividades que impulsionem para uma luta coletiva.
A última mesa abordou os “Desafios e dificuldades da Organização e Formação da base”, com a participação do educador Ernesto Germano Parés, autor do fascículo de formação da CNTE, além de Rosane Bertotti, secretária nacional de formação da CUT. O professor Ernesto apresentou o confronto dos desafios e dificuldades, demonstrando o enfrentamento ao Neoliberalismo e o combate à estrutura sindical.
Rosane destacou a formação como elemento estratégico para o empoderamento da base. “É pelos núcleos de base que medimos o tamanho de uma organização. Na luta, os professores também estão ensinando”, apontou a dirigente cutista.
Imprensa Sindeducação.