MOBILIZAÇÃO | Sindeducação participa de Ato na Câmara Federal e denuncia cortes do governo na Educação Pública

A professora Nathália Karoline, dirigente do Sindeducação, participou no último dia 2 de outubro, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados em Brasília (DF) do Ato em Defesa da Educação Pública, da Ciência, da Tecnologia e da Soberania Nacional, com a presença de entidades sindicais de todo o Brasil filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE. O ato foi organizado pela CNTE e pelo Fórum Nacional Popular da Educação (FNPE).

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, abriu o evento e frisou a importância da luta dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa da Educação Pública, contra os cortes de verba, e em defesa de um Novo Fundeb.

Presidente da CNTE, Heleno Araújo, abre o Ato em Defesa da Democracia.

Participaram do evento os governadores Wellington Dias (PT/PI) e Fátima Bezerra (PT/RN), além de deputados, representantes do FNPE, e de movimentos de trabalhadores e estudantes. Todos os depoimentos foram marcados por uma defesa aberta de mais investimentos para a educação, pasta que está sofrendo brutal redução orçamentária conduzida pelo atual governo federal. Além disso, os participantes defenderam a democracia, a liberdade e a soberania nacional, valores que estão em risco na atual conjuntura.

A governadora Fátima Bezerra (PT/RN) lançou uma proposta: “Queria daqui dois anos estar celebrando a redução do analfabetismo na cidade de Angicos (RN). Não podemos nos conformar, passados por mais de 50 anos onde Paulo Freire fez uma experiência exitosa, que a gente ainda tenha 30% de analfabetismo. Em homenagem ao Paulo Freire quero me colocar esse desafio”. Fátima relata que não será uma tarefa fácil: “Os ataques são muitos, tem hora que é preciso segurar a lucidez, porque não é fácil viver num país que tem um ministro da educação declarando guerra à Paulo Freire. É um ministro que olha com desprezo para a educação neste país”.

Governadora do RN, Fátima Bezerra falou sobre a erradicação do analfabetismo. Ela também defende um NOVO FUNDEB para a Educação.

A governadora fez um apelo em defesa do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb): “O Brasil não pode abrir mão do Fundeb, é falar do futuro de 40 milhões de crianças, jovens e adultos que precisam ter o direito à educação assegurado. Ainda hoje estive com a deputada Dorinha e quero declarar total apoio ao relatório”. Fátima Bezerra defende: “Não é só transformar o Fundeb numa política permanente, mas também trazer uma participação financeira maior por parte da União. Essa bandeira de um novo Fundeb é fundamental”. Para Fátima Bezerra, o papel das entidades educacionais será decisivo para aprovar o novo Fundeb: “Vamos vencer esse tempo, nós não somos filhos do ódio, somos filhos e filhas da esperança que Paulo Freire ensinou. Um país só será soberano se a educação for tratada com a dignidade que ela merece”, concluiu.

Para a dirigente Nathália Karoline, o evento foi de extrema importância para marcar território de resistência na Casa do Povo, a Câmara dos Deputados. “Num contexto de lutas, vitórias e derrotas, os trabalhadores precisam se articular e trazer as pautas em defesa da Educação Pública e da soberania nacional para a Câmara, espaço onde podem convencer e pressionar os deputados a se colocarem ao lado do povo”, avaliou a sindicalista.

Professora Nathália Karoline participou do ato ao lado de sindicalistas de todo o país e parlamentares federais.

HOMENAGENS – A professora Ana Maria Araújo Freire, a Nita, viúva de Paulo Freire, que esteve presente no ato foi homenageada na ocasião. Nita Freire fez uma participação especial no ato e emocionou a plateia ao relembrar diversas passagens políticas da vida de Paulo Freire. Também compartilhou a experiência de uma ex-aluna sua que iniciou um projeto em Belém (PA) de alfabetização de jovens e adultos em um hospital: “Quando perguntados o que eles [os pacientes] mais queriam, eles diziam que queriam aprender a ler para morrer igual gente”, contou Nita.

Professora Ana Maria Araújo Freire, a Nita, viúva de Paulo Freire.

Em outra passagem sobre o exílio de Paulo Freire, Nita relembrou que ainda temos contas a acertar com ditadura e seus algozes: “No Brasil nós não condenamos pessoas que torturaram pessoas e até crianças. A gente paga caro por isso. Nós não conseguimos punir nossos torturadores e por isso hoje temos um novo movimento que adora tortura, que fortalece a tortura, que voto em nome do maior torturador do Brasil, o coronel Ustra. Isso é inadmissível”.

VÍDEO – Ao final do evento a professora Nathália Karoline gravou vídeo com o presidente da CNTE, fazendo uma avaliação sobre o ato, e ressaltando a importância da mobilização sindical. Assista!

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