MÁ GESTÃO | SEMED reforma telhado da UEB Camélia Viveiros duas vezes em menos de um ano

Professora Elisabeth Castelo Branco participa de reunião com professores e pais de alunos.

O Sindeducação participou, no último dia 14, de uma reunião com professores e pais de alunos da UEB Camélia Viveiros, localizada no Bairro Coroado. A unidade escolar está há mais de 20 dias sem aulas, em razão de uma reforma do telhado que deveria ter sido concluída no começo deste mês, dia 2 de Maio. A comunidade escolar reclama do atraso na obra; da incerteza sobre o Ano Letivo; e cobram uma reforma completa do espaço escolar.

Em menos de um ano, SEMED paga duas reformas para o mesmo telhado de escola.

A UEB Camélia Viveiros foi reformada no ano de 2015; todavia, no ano seguinte, em 2016, passou por problemas de infraestrutura; e em 2018 ficou três meses sem funcionar (Abril/Maio/Junho), para uma outra reforma, dessa vez do telhado, que em novembro do mesmo ano viria abaixo, desabando, por sorte, no período da noite.

“Paliativo, assim um pedreiro que estava no local classificou a “reforma” da escola. 

Agora, em 2019, a SEMED emprega mais recursos financeiros para fazer a mesma reforma do telhado que fora feita em 2018.

No dia 10 de Maio de 2018 o Sindeducação divulgou matéria em que tratou do atraso na obra de reforma do telhado da Camélia Viveiros, com o seguinte trecho: “No bairro do Coroado, as diretoras do Sindeducação estiveram na UEB Camélia Viveiros que também está com as atividades paralisadas devido a reforma. Está sendo feita intervenção no telhado e na rede elétrica, mas os alunos também enfrentam problemas na parte hidráulica que não foi contemplada com a intervenção. Não há previsão de retorno das aulas”, registra o texto.

Leia a matéria completa clicando AQUI.

Para a professora Elisabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação, a SEMED atua, mais uma vez, de forma errada no processo de licitação das reformas e das manutenções dos espaços escolares. Para a sindicalista, está evidente a necessidade de planejamento, que poderia ocorrer em parceria com o sindicato por meio de uma fiscalização contínua dessas reformas. “A UEB Camélia Viveiros, por exemplo, necessita de uma obra de reforma geral, e a SEMED erra mais uma vez porque não ouve o clamor da sociedade, e tenta, de forma descabida, tampar o sol com a peneira”, lamentou a dirigente sindical.

Durante a reunião, a professora Elisabeth Castelo Branco constatou mais um descaso com uma unidade de ensino. “Não se sabe o nome da empresa e nem a descrição do serviço, muito menos o valor aplicado. Funcionários da obra comparecem esporadicamente ao local e sem identificação; não utilizam equipamentos de segurança, e quando aparecem trabalham de chinelos, sem luvas, capacetes ou qualquer outro EPI”, denunciou a sindicalista.

Trabalhadores desprovidos de itens de segurança do trabalho.

PALIATIVO – De acordo com os pedreiros que atuam na obra, a orientação recebida foi de “arrumar” apenas a parte conhecida como Tesoura Inglesa (armação triangular do telhado feita de madeira), que quebrou, além do telhado que apresentava muitas goteiras, e que em períodos de chuva criam uma “cachoeira”.

Para um dos pedreiros que não quis se identificar, temendo represálias da SEMED, o dano na estrutura poderia ter provocado a queda do telhado na cabeça dos alunos. Ainda segundo o profissional, foi muita sorte a parede ter sustentado a viga e impedido que a estrutura da escola despencasse completamente.

“A tesoura está sendo trocada, mas o prédio da escola ainda oferece risco, pois o reboco é feito com barro, o que não é capaz de segurar o peso da estrutura. Graças a Deus que não caiu em cima de ninguém”, refletiu o profissional.

Conforme foi apurado, a estrutura do telhado foi feita com madeira inadequada para o peso que sustentava. A viga que quebrou media 15 cm. A nova tesoura tem a espessura de 20cm.

Para Lucilene, mãe de alunos da escola, o descaso do secretário de Educação, Moacir Feitosa, e do prefeito Edivaldo Holanda Júnior é revoltante. “Tenho três filhas matriculadas na escola, uma na 1ª série, uma na 3ª série e outra na 5ª. Elas estão há 20 dias sem aula por causa dessa ‘reforminha’, que não resolve os problemas que atingem a escola”, apontou.

Estrutura com ferragens expostas.

“Esse prefeito e o secretário de Educação estão acabando com os sonhos e a educação dos nossos filhos. Eles não fazem a reforma direito, do jeito que é para reformar. Se eles tivessem reformado o teto não teria caído. Eles deixaram minhas filhas e outras crianças em risco. O teto poderia ter caído na cabeça das crianças”, comenta Lucilene referindo-se ao episódio ocorrido em novembro de 2018, quando o teto da Camélia Viveiros foi abaixo.

Parte dos alunos foi obrigada a “assistir” aula na Biblioteca. 

Os alunos das salas do 3° e 5° anos foram remanejados para a Biblioteca da Escola, e também para a sala dos professores da PL. “A biblioteca funciona como um depósito de livros e cadeiras quebradas”, lamenta a professora.

Cisterna desprovida de condições mínimas de higiene.

DENÚNCIA – A Associação dos Moradores do Bairro Coroado, por meio de seu presidente, Roberth de Oliveira, protocolou junto ao Sindicato das Empresas de Construção Civil, uma reclamação formal, requerendo apuração das condições de trabalho dos pedreiros que atuam na escola.

SEGURANÇA NO TRABALHO – A Lei n.º 6.514 de dezembro de 1977, que regulamenta a segurança e medicina no trabalho, e a Lei Federal n.º 5.194/66, que estabelece a aplicação de placas com identificação da obra, estão sendo desrespeitadas pela SEMED. O Sindeducação estará, nas próximas horas, protocolando ofício junto ao CREA-MA solicitando providências.

IMPRENSA – A Imprensa local já denunciou diversas vezes a situação da escola. Assista aos vídeos:

 

Imprensa Sindeducacao.

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