Ouvimos sempre a frase clichê: “professor é a profissão que forma todas as profissões”. Mas, será que somos valorizados como deveríamos?
No governo de Edvaldo Holanda Junior, pela sua intransigência, descaso e falta de diálogo, estamos na quarta greve. Mas, infelizmente, a tradicional e conservadora justiça e a mídia insistem em tratá-las como ilegítimas, e são comuns comentários que colocam os alunos como os grandes prejudicados da greve. Greve significa “não dá mais!”.
Este recurso é sempre o último, quando já cessaram todos os diálogos e, portanto, é um importante instrumento de reivindicação trabalhista; seja pelo motivo que for, significa uma incapacidade do poder público em dialogar e atender as demandas dos trabalhadores. Com a categoria de professores, isso não é diferente. Cabe a nós, a responsabilidade de garantir pedagogicamente a educação básica à população do nosso município, e, infelizmente, não temos o suporte necessário para exercermos nossa profissão da melhor maneira.
Com salas de aula superlotadas, infraestrutura sucateada e salário baixo, o ofício do professor na escola torna-se um desafio. Não é por acaso que muitos professores precisam de tratamento médico, psicológico e/ou psiquiátrico. O professor é um trabalhador desrespeitado, desvalorizado, desprestigiado, explorado e com uma carga de responsabilidades superior às suas atribuições.
Diante da situação em que nos encontramos, o diálogo entre a prefeitura de São Luís e os professores não existe. Temos um governo municipal “antipovo”, “antieducação”, “antiprofessor”, que não prioriza a política educacional em sua Lei Orçamentária Anual, pelo contrário, retira dos serviços públicos essenciais, como Educação e Saúde, e aplica maior receita em outras pastas. Além da forma imperiosa, o governo Edivaldo Holanda Júnior (PDT) não negocia com a categoria e impõe a sua vontade, ou melhor, sua falta de vontade política. Estamos há dois anos sem reajuste e com péssimas condições de trabalho. Com uma situação insustentável, a apelação para a prática da greve é justa, legítima e necessária em prol de uma causa autêntica e igualitária!
Nesse contexto, a nossa luta, além de essencial, tem uma dupla função: primeiro, garantir os nossos direitos trabalhistas e, segundo, como consequência da primeira, promover a melhoria da qualidade do ensino. O que prejudica os alunos não é a greve, e sim a causa da greve, pois não podemos ser intitulados de professores se não ensinarmos aos nossos alunos que, em certas situações, devemos levar o nosso trabalho para fora dos muros da escola e dar uma verdadeira lição sobre cidadania aos políticos que foram eleitos para servir ao povo.
Para o fortalecimento dessa luta, contamos com o apoio da sociedade ludovicense, para que veja a realidade da educação pública de São Luís e sinta-se corresponsável. Não são alguns dias, semanas ou meses que vão assolar uma educação já destruída, mas sim a desvalorização do professor e a falta de investimento na educação pública.
Precisamos reagir, pais, alunos e professores! Necessitamos unificar forças e lutar pelos nossos direitos, exigindo uma educação de qualidade para as crianças, os jovens e adultos que necessitam da escola pública.
A nossa luta, como professores, segue a mesma direção de quem acredita na educação, de quem acredita no desenvolvimento, de quem acredita que um dia vamos ter um ensino de qualidade, a partir da valorização dos profissionais que fazem a educação. Portanto, fazemos questão de deixar claro que os professores estão de mãos dadas, caminhando pela educação. Pois juntos, unidos, nos tornaremos verdadeiros GIGANTES!
Elisabeth Ribeiro Castelo Branco
Presidente do Sindeducação