Liderados pelo Sindeducação, os professores da Rede Pública Municipal aderiram em massa à Greve Geral da Educação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, pelas Centrais Sindicais, UNE e UBES. A Praça Deodoro, no Centro Comercial de São Luís, local da concentração, foi tomada por milhares de educadores e estudantes que protestaram contra a Reforma da Previdência e corte de verbas da Educação Pública, dentre outras pautas, como o patrulhamento ideológico nas escolas.
Durante discurso, a professora Elisabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação, alertou sobre a importância da unidade da classe estudantil e dos Profissionais do Magistério em defesa das pautas comuns da Educação Pública, e ressaltou o cenário adverso que precisa ser enfrentado, com coragem, por todos que defendem a Educação Básica e o Ensino Superior.
“É hora de seguirmos unidos, de mãos dadas sem soltar a mão de ninguém, pois somente assim é que derrubaremos o Governo Bolsonaro, que quer destruir todo o avanço e a política educacional conquistada às duras penas ao longo de décadas de luta”, frisou a sindicalista.
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Professora Elisabeth Castelo Branco ressaltou a importância da unidade em defesa das pautas da Educação Pública.
Para a professora, a força e unidade demonstradas no movimento desta quarta-feira, 15, em São Luís, nos municípios do interior do Maranhão, e de todo o país, darão o norte das próximas mobilizações. “Educadores e estudantes mandaram um recado claro ao presidente Jair Bolsonaro, de que não aceitarão os ataques à Educação Pública, e que a luta persistirá até que ele compreenda e pare os ataques”, finalizou.
AGRADECIMENTO – A sindicalista também agradeceu a presença massiva dos professores da Rede Municipal que, mais cedo, lotaram a Assembleia Geral da categoria realizada no período da manhã, no auditório da FETIEMA. Os trabalhadores em educação da Capital aprovaram Estado de Greve contra a política de arrocho salarial do Governo Edivaldo Holanda Júnior.
“Quero agradecer imensamente aos professores presentes por terem atendido nossa convocação para dar um basta aos ataques do governo federal e municipal” pontuou Elisabeth Castelo Branco.
Participaram da mobilização, dentre outros, a Força Sindical; sindicatos de trabalhadores ligados à Educação Pública; grêmios estudantis; professores universitários; UNEGRO; União Brasileira de Mulheres – UBM; artistas e movimentos sociais em geral.
CORTES – Nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, reforçaram os ataques à Educação Pública, cortando R$ 5,7 bilhões de reais das verbas educacionais, sendo R$ 2,1 bilhões das universidades e institutos federais. Da Educação Básica, foram cortados R$ 914 milhões do orçamento geral; R$ 273 milhões do programa de apoio à infraestrutura das escolas de ensino básico; e outros R$ 132,6 milhões alocados para apoiar essa etapa da vida estudantil, segundo informa o Jornal O Globo.
Nem iniciativas específicas para as creches e pré-escolas escaparam dos cortes: R$ 15 milhões estão congelados do programa de manutenção da educação infantil (15,7% do total programado). Em outra ação para implantação dessas escolas, a perda foi de R$ 6 milhões (20% do total).
A alfabetização de jovens e adultos também entrou na mira do MEC, com corte de R$ 14 milhões dos R$ 34 milhões previstos no orçamento. Um programa específico que promovia qualificação profissional entre esse público também sofreu corte, de 25% do total de R$ 40 milhões.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA – A proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro, ao Congresso Nacional, por meio da Proposta de Emenda Constitucional – PEC n.º 6/2019, penaliza os profissionais do Magistério. Os professores, que hoje podem se aposentar aos 55 anos e com 30 anos de contribuição, passarão a ter o direito apenas com 60 anos de idade. Para as professoras, a proposta é ainda mais cruel, elas terão de trabalhar mais 10 anos, passando de 50 para 60 anos de idade, e contribuir ao longo de 30 anos para conquistar a tão sonhada aposentadoria, hoje são 25 anos.
Para alcançar a aposentadoria, para aqueles que serão enquadrados no processo de transição, segundo a proposta de reforma do governo, precisarão atingir 81 anos para as mulheres e 91 anos para os homens. Esse total será calculado com a soma de idade e tempo de contribuição.
Neste caso, a idade começa com 51 anos para as mulheres e 56 para os homens em 2020, aumentando seis meses a cada ano até chegar a 60.
Imprensa Sindeducação.