Em Brasília (DF), Sindeducação participa de reunião do Coletivo Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

O Coletivo Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e entidades filiadas iniciaram esta semana um debate sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), em Brasília (DF). O Sindeducação, mais uma vez, se fez presente nos eventos promovidos pela confederação para dialogar sobre a concepção de temas educacionais, e foi representado pela secretária de Assuntos Educacionais, Rosi Veloso e a secretária de Mobilização Sindical, Adriana Costa.

Segundo seus organizadores, o encontro tem entre seus objetivos preparar os dirigentes da base da CNTE, por meio do debate, para defender o PNE –no que for de interesse da Confederação para a garantia da democratização da educação pública e gratuita e o fortalecimento dos sindicatos junto às suas bases.

A secretária de Assuntos Educacionais da CNTE, Guelda Andrade, considerou que, atualmente, as escolas vivem um momento de desumanização e lembrou Paulo Freire para que os (as) trabalhadores (as) tragam de volta esse sentimento de humanização às escolas. “É isso que nós precisamos fazer, devolver para nossa organização curricular essa sensibilidade, esse ser humano constituído de sentimento, de dor, de alegria, de inconformidade. Nós precisamos lutar para garantir direitos para a sociedade: a educação é um direito que garante outros direitos. ”

O presidente da CNTE, Heleno Araújo, reforçou que a categoria tem muitas lutas pela frente e que não é possível perder mais um minuto desse processo. Ele destacou que houve avanços, nos últimos anos, na pauta em prol das mulheres e na luta educacional, mas que muitos processos precisam evoluir. Segundo Heleno, o tempo é curto para tentar retomar e ganhar a opinião pública na sua maioria, na perspectiva do que a CNTE defende como direitos da educação. “Toda a nossa dedicação e o nosso esforço são fundamentais e importantes, mas precisam crescer mais ainda”.

Apresentando a realidade vivenciada pelos (as) professores (as) da rede pública municipal de São Luís, a diretora do Sindeducação, Adriana Costa, demonstrou imensa preocupação em relação à condução da Prefeitura de São Luís que ainda não conseguiu traçar um melhor caminho para a educação do município, uma dinâmica organizacional pedagógica sustentável, apesar de ter lançado neste ano a Proposta Curricular Autoral, construída a várias mãos pelos professores da base. De acordo com Adriana Costa, a gestão municipal não define um norte para os (as) educadores (as), pois, em paralelo, decidiu também por implantar nas escolas o Programa Educar Pra Valer (do Grupo Lemman), sem ao menos aprofundar o debate com a categoria e já impondo metas, sem compreender a realidade local e, sequer, oferecer material didático/apoio para dar suporte aos (às) educadores (as).  A diretora do Sindeducação Adriana Costa disse que precisamos ficar atentos aos reais interesses empresariais na educação pública.

2º dia

No segundo e último dia de reuniões do Coletivo Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os participantes debateram sobre temas importantes, como a retomada das políticas públicas para garantir os direitos à educação e as diversidades no território brasileiro.

Em outro momento, também foi apresentado a todos o projeto Paz nas Escolas, desenvolvido pelo Governo Federal, um grupo de trabalho interministerial de prevenção e enfrentamento à violência foi criado.  De acordo com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação (MEC), esse grupo tem procurado compreender o que a CNTE e o movimento educacional falam a respeito do assunto, além de outros atores que podem dar embasamento científico.

Agenda 

Após os debates, o Coletivo Educacional decidiu que os sindicatos nos municípios e nos estados se mobilizarão para participar das conferências municipais, estaduais e, por último, da Conferência Nacional Extraordinária.

Também ficou definido o encaminhamento, aos estados e municípios, do material da CNTE sobre política educacional com a posição histórica da organização em defesa da escola pública, além da Carta de Natal, para subsidiar a atuação dos sindicatos em suas localidades.

Por último, foi firmado o compromisso de reforçar a convocatória para o ato em defesa da educação pública, dia 9 de agosto, em Brasília.

A dirigente do Sindeducação, Rosi Veloso, ao avaliar a reunião do Coletivo Educacional da CNTE, afirmou que agora a nossa entidade sindical tem uma grande tarefa: mobilizar não somente a categoria para se fazer presente nos espaços de disputa, a exemplo das conferências e dos fóruns de educação retomados pelo MEC, como também mobilizar a sociedade civil.  “Precisamos estar presentes para que possamos ter uma educação emancipatória, que barre essa educação com viés mercadológico, para que ela venha a ser humanizada e traga qualidade educacional e faça com que tenhamos realmente uma sociedade transformadora”, declarou.

Abaixo, o calendário das conferências a serem realizadas pela CNTE e os sindicatos filiados:  

-Etapa municipal: 23 a 29 de outubro

-Etapa estadual/distrital: 1 a 19 de novembro

-Etapa nacional: 28 a 30 de janeiro de 2024.

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