“Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. A frase foi dita por Nelson Mandela, um dos grandes líderes que já viveu e lutou arduamente contra o regime segregacionista do Apartheid, na África do Sul, que privilegiava a elite branca no país e discriminava violentamente a polução negra.
Hoje, dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o Sindeducação chama a atenção para a necessidade de colocar em prática uma educação que respeite os Direitos Humanos e defenda a igualdade de gênero e raça. Essa luta que deve ser feita, incessantemente, contra modelos educacionais nocivos e preconceituosos defendidos por movimentos políticos retrógrados e ditatoriais.
Atualmente, estão em tramitação na Câmara dos Vereadores de São Luís os projetos de lei nº113/2017 e o 034/2018 que, além de tirarem a liberdade pedagógica dos professores e, em seu lugar, colocar uma mordaça, contribuem para disseminar uma visão preconceituosa e desumana entre os jovens que estão nas salas de aula. Dessa forma, os estudantes se tornam multiplicadores de pensamentos discriminatórios contra as minorias, tendo como uma das vítimas a população negra.
Essa população é diariamente alvo de preconceitos, situação essa herdada de um passado histórico em que a discriminação no Brasil, ao longo do século XIX, foi institucionalizada pelo próprio Estado. Como exemplo, havia leis que impediam os negros de frequentar escolas e outros espaços.
Nessa perspectiva, a educação deve agir como uma ferramenta transformadora da sociedade, possibilitando que desde cedo as crianças saibam a importância de respeitar o próximo e tratar todos com dignidade, sem qualquer tipo de distinção, não apenas no que diz respeito à cor, mas também à classe social ou gênero.
É nesse sentido que o Sindeducação reforça o seu compromisso de lutar contra toda e qualquer forma de autoritarismo e discriminação que pretendem instituir por meio de leis na Rede Pública de Ensino. Tais modelos, a exemplo dos projetos de lei nº113/2017 e 034/2018, têm servido apenas para fomentar e reforçar preconceitos das mais variadas formas.
O Dia da Consciência Negra se justifica com o intuito de sensibilizar a população sobre o preconceito sofrido diariamente pela população negra, num cenário político que incentiva a violência e ameaça conquistas importantes como a Política de Cotas.
Para avançar e romper com o preconceito, é necessário sempre instituir nas salas de aula uma prática pedagógica libertadora, nos moldes do que já defendia o educador Paulo Freire, o que possibilitará a formação de cidadãos críticos que terão a consciência da importância de lutar por uma sociedade mais igualitária e livre de qualquer forma de discriminação.