Professora Elisabeth se afasta da Presidência do Sindeducação e lança Carta Aberta aos professores e à sociedade

A presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco, protocolou ofício nesta quarta-feira, dia 3, requerendo seu afastamento da Direção Sindical para concorrer a cargo eletivo nas próximas eleições municipais. O afastamento, caso a data das eleições não seja alterado em razão da Pandemia Covid-19, se dará até o próximo mês de outubro.

Professora Elisabeth anunciou seu afastamento durante live realizada na tarde desta quarta-feira, 3, e transmitida ao vivo pelas redes sociais, Facebook e Instagram do Sindeducação, onde fez um balanço das atividades desenvolvidas pela entidade nos primeiros cinco meses do ano.

Com a licença, a professora Izabel Cristina Dias assume a Presidência do Sindeducação.

Professora Nathália Karoline, dirigente sindical, recebe pedido de afastamento da presidente do Sindeducação, professor Elisabeth Castelo Branco, que cumpre exigências da legislação eleitoral para concorrer às eleições municipais 2020.

Leia a Carta Aberta divulgada pela sindicalista:

Professores e professoras da Rede Pública Municipal de São Luís, sociedade ludovicense, por meio desse documento levo ao conhecimento de todos o meu afastamento da Presidência do Sindeducação a partir desta quarta-feira, dia 3 de junho até o próximo dia 4 de outubro, atendendo às exigências da legislação eleitoral, para concorrer a cargo eletivo. A partir de agora, estarei licenciada da Direção do Sindeducação com objetivo de disputar uma das vagas de Vereador da Capital.

Submeterei o nosso nome na Convenção do Partido da Mobilização Nacional – PMN, que deve ocorrer até o dia 5 de agosto.

Posso causar surpresa para alguns, mas a maioria, que acompanha o dia a dia das escolas públicas do município de São Luís, sabe da incansável luta que temos desenvolvido ao longo dos últimos anos em favor da educação, e percebe que tanto professores quanto a Educação Pública necessitam de maior representatividade no local onde as leis são aprovadas e a gestão municipal deveria ser fiscalizada, onde tudo acontece – a Câmara de Vereadores.

Ressalto que a decisão de enfrentar esse desafio não foi fácil, pois assim como a maioria dos brasileiros, também estou decepcionada com a política feita por maus gestores públicos, com a corrupção, desvio de verbas e má administração. Mas compreendo que a melhor maneira de mudar a realidade é ocupando espaço político, por isso, decidi atender ao pedido de centenas de professores; pais e mães; de lideranças políticas e comunitárias, além de amigos, para buscar fazer valer a Educação Pública de qualidade e ao alcance de todos, e atuar em defesa da Democracia, Trabalho, Renda e Justiça Social.

O sucateamento da educação em São Luís é antigo e complexo, atravessando vários períodos, mas nos últimos sete anos (2013/2020) a situação se agravou, com o total esfacelamento da rede escolar no que diz respeito à estrutura física e didática, que ocasionou, dentre outros, elevado índice de abandono e entraves ao acesso escolar; além de ataques aos direitos dos professores, com uma política de arrocho salarial da atual gestão municipal, que impõe perdas de 32,15% aos educadores de Carreira.

A situação de precariedade da Educação Pública em São Luís é exemplo clássico de má gestão, que ocasiona resultados ruins para a cidade no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, dado que mede a qualidade do ensino público no país. Enquanto a nossa capital vizinha, Teresina, soube trabalhar e flutua à nossa frente com nota 6.1 em 2019, e escolas de referência para o Norte/Nordeste e até para o país; São Luís tirou apenas 5.5 a partir do esforço dos profissionais da Educação, que como dito, atuam sem qualquer estrutura didática ofertada pelo município, que não possui um Projeto Político Educacional, fato que deixa as escolas sem um direcionamento para construção do Projeto Político-pedagógico – PPP, e que seguem sem a definição de um direcionamento qualitativo e quantitativo das ações educacionais a serem desenvolvidas. Resumindo, se você não sabe para onde vai, qualquer lugar serve! E não é isso que queremos para as nossas crianças, Educação é direcionamento de vida, é direito fundamental!

Em três anos, 2017 – 2018 e 2019, São Luís recebeu do Fundo de Manutenção da Educação Básica – FUNDEB a poderosa cifra de R$ 1 bilhão de reais, que deveria ser investida na Educação Básica. Esse é o cenário: recurso em abundância, com sucateamento de quase totalidade das 266 escolas da rede, além de professores desvalorizados com salários defasados e direitos da Carreira a receber, enfrentando dificuldades inimagináveis no ambiente escolar, para cumprir a sagrada tarefa de educar.

Portanto, a nossa expectativa é de fazer um trabalho de intenso diálogo, apresentando propostas, ouvindo as pessoas e construindo uma candidatura propositiva que atenda aos interesses tanto dos professores quanto da sociedade, representada pelas famílias que dependem da Educação Pública para alfabetizar seus filhos. Acredito na vitória da educação, que deve ser respeitada e ter uma grande representação nos espaços políticos de decisão. É hora de avançar e fazer a luta a partir do Poder Legislativo Municipal.

Um forte abraço da Professora Elisabeth Castelo Branco.

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