Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostram a situação preocupante da aprendizagem na educação brasileira

 

 

Na semana passada foram divulgados os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), sobre o desempenho dos estudantes concludentes da Educação Básica em três domínios: Matemática, Leitura e Ciências. Os resultados do Brasil, como já poderíamos imaginar não foram bons. Em Matemática e Ciências, os estudantes que terminaram o Ensino Médio menos de 50% conseguiram alcançar o nível mínimo de aprendizado.

Se analisarmos só os conhecimentos em Matemática, foco do Pisa em 2022, a avaliação mostrou que 7 em cada 10 alunos não sabem o mínimo exigido, como por exemplo resolver contas simples, não possuem conhecimentos básicos para fazer equações simples ou calcular distâncias. Em leitura, a situação também é alarmante, pois somente 2% dos estudantes alcançaram desempenho alto, ou seja, nível 5 ou superior, quando o percentual de concentração dos países foi de 7%.

Com esses resultados, o Brasil ocupa a 64ª posição no ranking geral, ficando atrás de países como Chile, Paraguai e Peru. Vale lembrar que o Pisa é considerado o maior estudo comparativo do mundo na área de educação. Participam dele os países-membros e associados da Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão que organiza o exame. No Brasil, o INEP é responsável pela sua organização.

Sobre os dados divulgados, esperamos que sirvam para o planejamento e execução de políticas públicas educacionais já em 2024. É emergencial que o atual governo brasileiro repense toda a Educação Básica no país, a considerar principalmente o contexto de pandemia, que só agravou o ensino público nas escolas. Embora a avaliação refira-se ao término da Educação Básica, o Sindeducação, enquanto entidade defensora de uma educação pública de qualidade e democrática, chama atenção que sem investimento e valorização de professores, desde a Primeira Etapa da Educação Básica, a Educação Infantil, não teremos um futuro com melhores perspectivas. 

A secretária da pasta de Assuntos Educacionais do Sindeducação, Rosiane Veloso, comenta que “Sem políticas públicas educacionais, que levem em conta as questões socioeconômicas, a alfabetização como prioridade na idade certa, a melhoria da formação docente, não teremos como avançar efetivamente na qualidade dos dados. Essa é uma realidade que atinge as redes municipais e estaduais”.

Na rede municipal de São Luís, os resultados das diversas avaliações tanto internas, quanto externas também revelam que os alunos estão longe de possuírem os conhecimentos básicos no Ensino Fundamental. O Sindeducação crítica a forma como esses dados são analisados, pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), responsabilizando os professores e transformando-os em critérios para aumentar a cobrança não só ao grupo de professores, como também para os/as gestores escolares. A política educacional da Rede, resume-se à uma política de resultados sem considerar a qualidade do ensino. É lamentável a postura adotada pela Semed, principalmente quando não considera fatores importantes, como superlotação de turmas, escolas sem condições mínimas de funcionamento, merenda escolar de baixa qualidade, transporte escolar precário, dentre outros fatores.

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