Mais um episódio do caos que se instalou na Educação Pública da Capital chocou a população ludovicense nesta quarta-feira, 6. Crianças do 1º ao 5º ano da UEB São Sebastião, localizada no Bairro de Fátima, estão sem aulas em razão de despejo realizado pelo dono do prédio onde funciona a unidade escolar. “Não é só pelos quase quatro anos de atraso no pagamento do aluguel; mas pela falta de condições estruturais que colocam em risco a vida das crianças, e pelo abandono da Prefeitura de São Luís e Secretaria de Educação”, justificou o proprietário ao lacrar os portões da escola com cadeados.
Benedito Coêlho, dono do prédio, afixou cartazes na porta da escola informando que não haveria aulas em razão do atraso do aluguel. Assim que teve conhecimento do fato, a Direção do Sindeducação foi ao local checar as informações. As professoras Izabel Cristina e Nathália Karoline, dirigentes sindicais, estiveram na UEB São Sebastião e constataram um cenário de caos, onde crianças já se acidentaram.
Paredes rachadas, lâmpadas queimadas, banheiros quebrados com cheiro insuportável, cozinha e área de recreação improvisadas, carteiras quebradas, bebedouros antigos e com vazamentos, rampas sem piso adequado, dentre outros problemas.
“A escola encontra-se sem gestora desde o mês de agosto. Quem está respondendo pela escola é uma coordenadora, e nos foi relatado que a coordenadora passou três semanas, insistentemente, tentando falar com o secretário de Educação. Quando finalmente conseguiu falar com ele, teve que ouvir que a UEB São Sebastião não era prioridade porque existem outras escolas da rede na mesma situação. O secretário sabia da situação e não fez nada para evitar a suspensão das aulas”, denuncia a sindicalista Izabel Cristina.
Mesmo com o aviso afixado nas paredes, as professoras da unidade ainda foram à UEB na manhã da quinta-feira (7), mas não puderam lecionar. Procurada pelos professores a Secretaria de Educação – SEMED não deu nenhuma explicação aos professores e pais do alunos.
UEB CARLOS MACIEIRA – Na UEB Carlos Macieira, também no Bairro de Fátima, as dirigentes do Sindeducação constataram que a reforma prevista para o prédio ainda não teve início, e nem há indícios de que comece tão cedo. “Buscamos informações para saber onde estariam os alunos e professores dessa escola da Educação Infantil. Descobrimos que estão alocados há cinco meses em um outro espaço, nas proximidades da paróquia Nossa Senhora de Fátima. Nessa transição ficaram dois meses sem aula devido”, lamentou a sindicalista.
MÁ ADMINISTRAÇÃO – A direção do Sindeducação tem denunciado frequentemente a omissão e descaso da gestão municipal com a Educação Pública de São Luís. “É triste ver essas crianças fora da sala de aula. Isso mostra mais uma vez a falta de gestão, compromisso e de respeito do prefeito e do secretário de Educação com os alunos, pais e professores. Há recursos sim para o Município de São Luís reformar os prédios e pagar os aluguéis. O que falta é gestor comprometido, que trate com seriedade a educação desse município”, alertou a dirigente Nathália Karoline.
Imprensa Sindeducação.