A Diretoria do Sindeducação participou, nesta segunda (18), na frente da UEB Ministro Carlos Madeira, no Anjo da Guarda, de protesto realizado por pais de alunos contra o fechamento da unidade, que não possui as mínimas condições de funcionamento, e em defesa dos professores, ameaçados de relotação e remanejamento para outra escola. A entidade sindical foi ao local prestar apoio aos pais e professores, que decidiram paralisar as atividades até que a Prefeitura de São Luís resolva os graves problemas do prédio.
Durante a manifestação, os populares chegaram a bloquear, nos dois sentidos, a Avenida Moçambique, na frente da escola, para chamar a atenção das autoridades para o descaso patrocinado pelo secretário de Educação, Moacir Feitosa. O sindicato foi impedido, no último dia 13, de adentrar a escola para fiscalização das condições a que estão submetidos professores e alunos. Segundo a Direção da Escola, a orientação partiu da própria Secretaria de Educação – SEMED.
A UEB Carlos Madeira (Educação Infantil) passou quase um ano fechada para reforma, em 2017. Menos de dois anos depois, de acordo com as denúncias dos professores, a escola tem muitas goteiras, infiltrações, mau cheiro e indícios de vazamento de uma fossa sanitária soterrada. “Mesmo com a reforma os problemas continuaram. A prefeitura vem, faz uma maquiagem, inicia as aulas, e não demora muito os mesmos problemas voltam a aparecer”, relatou uma professora que atua na escola.
Segundo a presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco, o início do ano letivo deveria ter ocorrido dia 25 de fevereiro, mas não começou em razão dos problemas estruturais da escola. Nenhuma vistoria foi feita e a escola está abandonada à própria sorte, demonstrando descaso do prefeito Edivaldo Holanda Júnior com a Educação Pública.
“A SEMED quer relotar os professores em outras escolas, prejudicando as crianças que irão ficar sem aula. Não foi construída nenhuma creche ao longo dos últimos anos que estava prevista para essa área, e agora os pais estão sofrendo. Queremos que a Prefeitura dê uma resposta imediata para esses pais, que pedem socorro”, cobrou a sindicalista.
Ainda segundo a dirigente, o prefeito de São Luís não aparece para acompanhar os problemas da população, “é como se tivéssemos um prefeito fantasma governando a cidade”, que não respeita quem votou nele, que não liga para a população. “Não resolve os problemas do município, não respeita a justiça e nem os cidadãos. E nós percebemos que a UEB Madeira não é a única escola que está passando por essa situação em São Luís, são várias as escolas, são vários os absurdos”, finalizou.
De acordo com a professora Nathália Karoline, dirigente do sindicato, a prefeitura que realocar os profissionais para outras escolas por terem tomado a decisão de não iniciar as aulas, em razão da necessidade de intervenções urgentes no local. “A SEMED deu um prazo para os professores buscarem outra escola, e expira no dia 20 de março. Mas e como fica a situação dos alunos já matriculados na educação infantil? Cadê a responsabilidade com as crianças que a SEMED insiste em dizer que tem?”, indagou.
PAIS – Elisângela, moradora do Bairro e mãe de um aluno, estava indignada com o descaso da prefeitura. “Precisamos da escola. Precisamos dos professores. São quase 220 alunos que estão sendo prejudicados com a irresponsabilidade do prefeito. Não vamos aceitar essa situação, assim como não vamos aceitar a realocação dos professores. Só queremos uma escola digna”, enfatizou.
Alcino, pai de um aluno, também apresentava traços de indignação durante o protesto. “Estão assistindo a única escola de Educação Infantil da comunidade ser fechada, devido a uma situação caótica. Quando chove, as paredes da escola dão choque, nossas crianças correndo risco, sem falar nos alagamentos e a falta de planejamento e boa vontade dos nossos governantes”, denunciou.
RECADO AO GOVERNO – Após o encerramento, os pais deixaram o “recado” para o secretário de Educação, Moacir Feitosa, e para o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, além do vice-prefeito, Júlio Pinheiro, que é da comunidade e fechou os olhos para quem ele pediu voto.
Frases como “As crianças não podem ficar sem estudar. Educação de Luto!” ou “A educação é o primeiro passo para o futuro” e “Estamos defendendo o direito dos nossos filhos estudar. Escola fechada por falta de manutenção. Cadê o prefeito? Ninguém sabe” fizeram parte da reivindicação.
Após a manifestação os pais deram início a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado, que será remetido, por meio do Sindeducação, à Promotoria de Educação e a Defensoria Pública Estadual, para que tomem as providências necessárias.
A Imprensa esteve no local. Assista a reportagem da TV Mirante:
Imprensa Sindeducação.