A UEB Rosa Mochel Martins, localizada na Vila Embratel, foi mais uma escola visitada pelo Sindeducação ao longo dessa semana (dia 20). A unidade, que foi municipalizada, passa por reforma e a promessa da Secretaria de Educação é que as aulas sejam retomadas até o dia 20 de abril. Em 2018, o Sindeducação esteve visitando a escola, e à época, levou o promotor de Justiça, Paulo Avelar, para conhecer a triste realidade da escola.
A escola está intransitável, com entulhos, fios de eletricidade expostos, cadeiras amontoadas. Não houve preocupação, pela empresa que executa os serviços, de proteger materiais didáticos e equipamentos da escola. O sindicato aguarda que todos os serviços de reparo sejam, de fato, realizados para melhor atender a comunidade escolar, já que infiltrações estão ocasionando umidade, é a presença de cupins é uma constante.
Já na UEB Cônego Sidney Castelo Branco Furtado, na Vila Ariri, o problema começa pelas infiltrações ocasionadas pelas chuvas; rede hidráulica com vazamento; e prosseguem pelo forro caindo e ventiladores quebrados. Apesar dos diversos problemas, a Direção da escola informou que a SEMED executará apenas reparos no telhado, e parte da rede elétrica. A promessa é que o restante dos serviços sejam realizados no próximo mês de Julho (férias).
A promessa é de que as aulas da escola sejam reiniciadas no dia 1° de Abril. “Pelo que vimos na escola, dificilmente as aulas começam no próximo dia 1 de Abril, pois a reforma está sendo feita por apenas quatro operários”, lamenta a presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco.
A problemática, contudo, é ainda mais grave na UEB Ronald Carvalho, Anexo Terceiro Milênio, no Habitacional Turu. A escola está fechada desde o último dia 27, sem condições de receber alunos e professores para o ensino-aprendizagem. O Sindeducação esteve na escola na tarde da última quarta-feira, 20.
São problemas hidráulicos, elétricos, no teto, dentre outros, que deveriam ser resolvidos por uma reforma, mas há sinais de abandono da obra, com apenas um operário atuando no local. O sindicato lembra que essa escola foi retirada de um prédio anterior com problemas gravíssimos problemas, e por meio de parceria da SEMED com a SEDUC, conseguiu o prédio atual do Estado, onde funcionava um asilo, fazendo adaptações para funcionamento da unidade.
Para as dirigentes do Sindeducação, professoras Elisabeth Castelo Branco, Nathalia Karoline e Izabel Cristina, que ao longo da semana estiveram em contato direto com os professores dessas unidades escolares afetadas, o cenário é desolador, é de revolta por ver tantas crianças desprotegidas por quem tem a obrigação de cuidar delas, o Poder Público. “Nossa infância ludovicense, que precisa da Educação Pública, está ameaçada por um futuro incerto, diante de tanto descaso da Secretaria de Educação e da Prefeitura de São Luís”, disparou a presidente do sindicato, Elisabeth Castelo Branco.
No Anexo Terceiro Milênio, bem como na maioria das escolas, são os próprios funcionários que repõem o que falta. “Não tem computador e muito menos internet; a caixa d’água caiu, e somos nós que pagamos o conserto, porque a prefeitura não resolve. Foram dias sem água, não aguentamos esperar, e tiramos do bolso, assim como todos os outros pequenos reparos. A SEMED vai nos ressarcir?”, indaga uma educadora.
O caos na Educação Pública Municipal de São Luís tem se agravado nas últimas semanas, sob a gestão do secretário Moacir Feitosa. Entretanto, nos dois primeiros meses do ano os cofres da Prefeitura de São Luís foram agraciados com o repasse de R$ 69 milhões de reais, só de verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). Segundo levantamento da Confederação Nacional do Municípios (CNM), o repasse para São Luís, neste ano, será de R$ 351 milhões de reais. Apesar de vultuoso volume de verbas, a Educação Municipal vai de mau a pior, com uma gestão que busca mascarar a realidade dos problemas de infraestrutura e a falta de valorização dos profissionais de Carreira do Magistério.
FISCALIZAÇÃO – Diante do quadro de tantas escolas que acabaram de ser reformadas, mas apresentam graves problemas, e de outras com obras praticamente abandonadas, o Sindeducação decidiu estender a denúncia da situação das escolas municipais ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA/MA, para que o órgão tome conhecimento dessas obras contratadas pela Prefeitura de São Luís. “Será que esses serviços são registrados no conselho federal?, vamos descobrir a partir da nossa visita ao CREA nos próximos dias”, frisou a professora Izabel Cristina, dirigente sindical.
Imprensa Sindeducação.