CAOS NA EDUCAÇÃO | Professores e alunos sofrem com falta de estrutura na UEB Sá Valle

Mesas com tampas soltas e enferrujadas no refeitório.

Atendendo ao chamado de professores, o Sindeducação visitou a UEB Sá Valle, no Anil, e constatou situação de abandono vivida pela comunidade escolar, que agoniza em salas quentes e que alagam quando chove. Além de não possuir ventilação natural ou ventilador, as paredes apresentam infiltração, mofo, limo, e parte do teto da escola pode desabar.

As instalações elétricas são precárias, e algumas salas dependem de ligação clandestina para as lâmpadas. “Em dias de chuva os professores não dão aulas, primeiro porque as salas alagam, e depois, porque muitas salas não possuem lâmpada, e a escuridão ocasionada pelas nuvens de chuva impedem qualquer tipo de leitura em sala”, denunciou uma aluna revoltada.

Sá Valle necessita de uma reforma completa.

A UEB Sá Valle possui 1260 alunos nos três turnos distribuídos para 21 salas, sendo uma de Recursos. A escola dispõe de apenas quatro banheiros, com vasos sem descarga; pias sem torneiras; encanamento entupido, dentre outros problemas que colocam em risco a saúde de alunos e professores. “As crianças são obrigadas a utilizar uma torneira próxima ao chão para higienizar as mãos”, disse uma professora que não quis se identificar.

O refeitório da escola apresenta mesas e cadeiras quebradas e enferrujadas; os bebedouros inox não funcionam por falta de torneiras, e as crianças são orientadas a beberem água de um bebedouro que possui torneiras fixadas diretamente na parede.

Refeitório da escola.

Há poucos dias uma das lâmpadas do refeitório desabou durante o horário da merenda, em um momento em que estava cheio de crianças do 1º ao 4º ano, mas felizmente ninguém foi atingido”, relatou uma educadora.

É muito ruim comer aqui no refeitório, a mesa está com o tampão quebrado, as cadeiras enferrujadas e o bebedouro não funciona. Tem lixo espalhado no entorno do refeitório. Eu gosto da minha escola, mas é muito ‘chato’ lanchar em um lugar com as paredes cheias de mofo, sem luz e que faz muito calor”, lamentou um aluno.

QUADRA COM PROBLEMAS – Na maioria das escolas da Rede, a disciplina Educação Física não é ofertada. Algumas escolas não possuem quadra, as que possuem, a estrutura está completamente deteriorada, como é o caso da quadra poliesportiva da UEB Sá Valle, onde parte do telhado está com problemas e pode desabar. No entorno da quadra há muita água parada, que pode se transformar em criadouro de mosquitos transmissores da dengue, zika e outras doenças. Os equipamentos estão completamente corroídos por ferrugem, e não há mais as telas de proteção ou iluminação completa.

Quadra oferece risco aos alunos.

Os alunos reclamam do perigo de quedas no local. Outros afirmam terem se machucado após sofrerem acidente na escola.

CENSO ESCOLAR – Dados do Portal Escolas sobre o Censo Escolar 2018, apontam que a UEB Sá Valle possui 31 salas de aula; 134 funcionários; laboratório de informática e de ciências; salas com recursos multifuncionais especializados; quadra de esporte coberta; dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida; banheiros, incluindo chuveiros adequados a alunos com necessidades especiais; acesso à internet e banda larga; equipamentos; água potável; energia elétrica, almoxarifado, dentre outros.

O Sindeducação constatou “in loco” a ausência de diversos itens listados no Portal. De acordo com a professora Elisabeth Castelo Branco, a divergência entre o listado e o que de fato existe demonstra o descaso da Administração Municipal com a Educação Pública. “Não há coisa mais lamentável que chegar em uma sala de aula e ouvir a seguinte pergunta de uma criança: Vocês vão reformar a escola tia? Pergunta que repasso ao secretário de Educação e ao Prefeito da Capital”, relatou indignada a professora.

Em maio deste ano, a vereadora Fátima Araújo solicitou por meio de requerimento N° 230/2019 enviado ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior e ao secretário municipal Moacir Feitosa, a reforma completa da unidade de ensino básico. Até o momento a escola permanece sem qualquer sinal de início de reforma.

Imprensa Sindeducação.

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