O Anexo II da UEB Ribamar Bogéa, localizada na Cidade Olímpica, está com o calendário letivo ameaçado em razão da falta de abastecimento de água. Em visita realizada pelo Sindeducação, as dirigentes sindicais da entidade constataram o total descaso da Secretaria de Educação – SEMED com professores e alunos da escola, que passaram mais de uma semana sem aula e, desde o último dia 22, estão sendo liberados mais cedo pela instabilidade no fornecimento de água realizado, precariamente, por um Carro-Pipa. A situação também é dramática no Anexo III do Ribamar Bogéa, que funciona em um prédio alugado pela Prefeitura, com salas pequenas, escuras e mal iluminadas, ambientes insalubres que põem em risco a saúde da comunidade escolar.
No Anexo II, que funciona nos turnos matutino e vespertino, são apenas 18 professores, nove em cada turno, para atender 500 crianças, em espaços que não possuem abastecimento com água potável; banheiros inadequados para utilização de crianças; sem refeitório, pátio, e com salas minúsculas para atender a quantidade de alunos por série.
Durante a visita, a presidente do sindicato, professora Elisabeth Castelo Branco, afirmou que o prédio, também alugado, é muito pequeno para atender a demanda escolar do Ribamar Bogéa. “É um espaço aluno que não é adequado, e não oferta condições mínimas de funcionamento e para o processo de ensino-aprendizagem, e não é a primeira vez que a escola paralisa por falta de água, um verdadeiro absurdo”, denuncia.
O Sindeducação tem denunciado, ao longo dos últimos anos, a utilização de prédios alugados sem a estrutura adequada para funcionamento de uma unidade de Ensino. Segundo a entidade, o Município de São Luís, além de não assinalar quais objetivos e/ou projetos pedagógicos as escolas têm de desenvolver nas localidades onde encontram-se instaladas, não tem padrão definido para funcionamento de uma Unidade Escolar. “É um cenário desolador, onde o professor não tem como desenvolver o processo ensino-aprendizagem na maioria das escolas da rede”, comenta a presidente.
PAIS DE ALUNOS – Durante a visita do sindicato à escola, muitos pais e alunos estiveram na escola em busca de informações sobre o reinício das aulas. Ainda não há previsão dada pela SEMED.
ESGOTO ESTOURADO – Nas paredes da escola, muita água suja de esgoto acumulada, em razão do sistema de fossa séptica estar exposto e com vazamento. “Nós percebemos o acumulo de água suja no espaço escolar, que podem pode provocar doenças como a Leptospirose” alerta a professora.
Já o Anexo III funciona onde antes era uma associação. O prédio, alugado pela Prefeitura de São Luís, tem salas muito pequenas, sem janelas que intensificam a geração de calor nos ambientes, e o único espaço do recreio é um corredor para as crianças ficarem. “Esse Anexo é considerado a escola em situação mais preocupante da área, pois há infiltração em quase todas as paredes da escola”, frisa Elisabeth Castelo Branco.
São apenas dois banheiros para atender professores e alunos. Cerca de 200 alunos são atendidos pelo Anexo III do Bogéa.
PARALISAÇÃO – Na próxima terça-feira, dia 30 de Abril, os professores da Rede Pública Municipal de São Luís vão paralisar as atividades, em advertência à política de arrocho salarial implementada pelo Governo Edivaldo Holanda Júnior, que não dialoga com a categoria, e não repassa os 4.17% de reajuste do Piso Nacional do Magistério. Os educadores exigem, também, a reestruturação das escolas municipais, com espaços adequados para desenvolvimento do ensino-aprendizagem; material didático para todas as escolas; e a convocação de todos os aprovados no último Concurso Público. A decisão foi aprovada em Assembleia Geral, realizada pelo Sindeducação no último dia 06.
Durante a assembleia, a categoria também repudiou a postura silenciosa, de descaso, adotada pela cúpula do governo municipal de São Luís em relação às reivindicações da classe. Os educadores da Capital estão há três anos sem reajuste, e acumulam perdas salariais de 17,46% de 2013 a 2018.
Imprensa Sindeducação.