Os professores da Rede Pública Municipal de São Luís vão paralisar as atividades durante 24h, em advertência à política de precarização do Ensino Público municipal, falta de diálogo com a categoria, imposição de Calendário Escolar, e não cumprimento da Lei Nacional do Piso, que reajustou o salário dos educadores no percentual de 4,17%. A decisão foi tomada pela categoria durante Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã deste sábado, dia 16, que também repudiou a postura silenciosa, de descaso, adotada pela cúpula do governo municipal de São Luís em relação às reivindicações da classe. O evento aconteceu no Auditório do Curso Wellington, Monte Castelo.
O Ato de paralisação ocorrerá no próximo dia 27 de fevereiro, a partir das 15h, na Praça Deodoro.
A presidente do sindicato, professora Elisabeth Castelo Branco, iniciou a assembleia falando sobre a necessidade de reorganização da classe trabalhadora para enfrentar o atual cenário político desafiador. “Estamos em um momento muito difícil no nosso país. Os trabalhadores precisam se reorganizar, e entender politicamente o que vai afetar a nossa vida profissional. A Reforma Trabalhista foi uma perda irreparável para os trabalhadores e, agora, temos outro desafio, a Reforma da Previdência, que, segundo os rumores sobre o atual texto, reformulado pelo governo Bolsonaro (PSL), somente os militares ficarão de fora, o restante do funcionalismo público será igualado no mesmo patamar, ou seja, o professor perderá a aposentadoria especial”, alertou a sindicalista.
Sobre as negociações da Campanha Salarial, criticou a atitude do secretário Municipal de Educação, Moacir Feitosa, que desmarcou a segunda reunião com o Comitê Sindical da Educação – em menos de 24h da sua realização, sem motivo plausível, e não deu retorno ao sindicato sobre a remarcação de nova data para o encontro. A dirigente sindical informou que a SEMED protela o diálogo, mesmo tendo uma extensa pauta de reivindicações dos educadores para discutir e encaminhar. “Exigimos respeito com os educadores, e o cumprimento do reajuste no mês de Janeiro”, ressaltou.
O Sindeducação também comunicou aos educadores, sobre a visita realizada ao presidente do “Comitê Gestor Financeiro” do município e secretário de Planejamento, José Cursino Raposo. Na visita, cobraram a abertura das negociações salariais, e ouviram uma promessa que nesta segunda-feira, dia 18, um ofício será remetido ao sindicato com o agendamento da reunião para debater a implantação do índice de 4,17% de reajuste, mais as perdas acumuladas ao longo dos últimos cinco anos (17,46%). “Estamos aguardando o secretário de Planejamento marcar o agendamento dessa primeira reunião. As denúncias estão sendo devidamente protocoladas nos órgãos competentes, para que nós possamos dar pressão ao governo municipal, e conquistarmos o nosso reajuste salarial” , frisou a sindicalista.
CALENDÁRIO E DIÁRIO – A sindicalista falou sobre as duas pautas importantes que também seriam tratadas com o secretário de Educação na segunda reunião. A primeira, que tem gerado polêmica na Rede de Ensino, sobre o calendário escolar; e a outra, a respeito do Diário Online (SisLame), que tem sido alvo de críticas da entidade sindical, pois não dispõe de estrutura de equipamentos e internet para o devido funcionamento, dentre outros problemas.
A entidade sindical informou que conseguiu marcar um encontro com a Promotoria da Educação, agendado para esta terça-feira, dia 19, com o objetivo de denunciar as irregularidades identificadas no calendário escolar imposto pela SEMED e, também, para tratar do Sistema SisLame. O sindicato solicitará, também, uma reunião com o Conselho Municipal de Educação para falar dobre o Calendário Escolar 2018 / 2019.
“A SEMED fez, unilateralmente, o Calendário Escolar 2019, sem dialogar com o sindicato. O secretário Moacir Feitosa também responsabilizou a categoria pelo atraso do ano letivo em decorrência das greves realizadas, isso é um absurdo, pois o Governo não contabiliza o tempo de reforma, e os problemas dos espaços escolares, os dias em que alunos e professores saíram mais cedo por causa da falta de merenda, água, problemas elétricos, hidráulicos, transporte escolar, e dezenas de outros motivos ocasionados pela falta de Gestão Educacional do município. Já solicitamos o mapeamento de todas essas situações”, disse a educadora.
MOBILIZAÇÃO NACIONAL – A dirigente sindical, professora Nathália Karoline, convocou a categoria para participar da Assembleia Geral dos Trabalhadores contra Reforma da Previdência, que está marcada para esta quarta-feira, dia 20 de fevereiro, a partir das 16h, na Praça Deodoro. A mobilização visa fazer o corpo o corpo com os trabalhadores da região central da cidade, no intuito sensibilizar a população da Capital sobre os malefícios da proposta da nova previdência. O movimento acontecerá em todo o Brasil e é organizada pelas centrais sindicais, federações e sindicatos.
Imprensa Sindeducação