O Sindeducação vem a público lamentar e prestar solidariedade às famílias das vítimas do ataque brutal ocorrido na última sexta-feira (25) em duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo. No crime, 4 pessoas foram assassinadas por um adolescente de 16 anos, entre elas 3 professoras; 12 foram feridas, sendo que 5 continuam hospitalizadas.
O atirador de 16 anos é filho de um policial militar e, durante o momento dos ataques em duas escolas, uma pública e uma particular, usou duas armas do pai e três carregadores. Em suas vestimentas ainda exibia uma braçadeira com um símbolo nazista, a suástica. Em apuração preliminar da Policia Civil, sabe-se que o rapaz fazia tratamento psiquiátrico e que estava planejando o crime há quase 2 anos.
Este é mais um ataque brutal no ambiente escolar que deixa em choque todo o país e que chama atenção para a falta de segurança nos espaços escolares. Para o Sindeducação, que manifesta solidariedade também à rede pública e particular do Espírito Santo, o ataque pode ser considerado como reflexo da política de incentivo ao ódio que foi legitimada pelo presidente Jair Bolsonaro e que está avançando, cada vez mais, nos jovens; de incentivo à tortura, bem como de políticas que favorecem o armamento da população – no Brasil desde 2019, foram flexibilizadas a compra de armas e munições no Brasil com mais de 30 decretos assinados pelo presidente.
É preciso investir em políticas públicas de educação, saúde e segurança pública, bem como na cultura de paz, para que o nosso país não corra o risco de caminhar para uma violência institucionalizada, como acontece nos Estados Unidos, onde massacres são comuns em escolas – um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que, em 2018, nos EUA foram contabilizadas 30 ações com intenção de matar em áreas populosas e em 2021, esse número passou para 61. O número de mortos também cresceu, de 38 em 2020 para 103 em 2021.
Um ponto que precisa ainda ser muito discutido é o de que a sociedade precisa estar mais atenta aos problemas de saúde mental. Vivemos num contexto perigoso, em que fica fácil observar como o ódio, fomentado por discursos simplistas, piora a convivência entre as pessoas que pensam diferente. É preciso estar atento ao comportamento de nossos filhos, netos e irmãos, para que possamos identificar situações em que seja necessária ajuda profissional. A comunidade escolar também deve estar vigilante. Todos os sinais de problemas de saúde mental são sinais que precisam receber nossa atenção. A sociedade precisa se responsabilizar, debater e buscar soluções para que se evitem outras tragédias, como a do Espírito Santo.
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IMPRENSA SINDEDUCAÇÃO