Ensino presencial sem vacina para todos é desrespeito à vida dos educadores

Desde o início do ano, o país enfrenta um aumento expressivo do número de casos de contaminação e mortes pela covid-19 e o processo de vacinação não atingiu ainda nem 2% da população. A situação se agrava a cada dia, muitas cidades já apresentam lotação máxima de leitos hospitalares e há escassez de insumos para o tratamento dos doentes, como vimos recentemente em Manaus a crise do Oxigênio.

Mesmo assim, em todo país professoras e professores enfrentam o retorno das aulas presenciais. Os estados do Piauí, Goiás e São Paulo já retornaram as aulas presenciais, no formato híbrido e com rodízio dos alunos. Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Acre, Alagoas e Sergipe têm previsão de retorno das aulas presenciais até março. Há uma grande pressão para o retorno das aulas, porém as condições necessárias para o cumprimento dos protocolos sanitários nas escolas não estão sendo dadas, vide o exemplo das escolas que já retornaram presencialmente e tiveram que suspender as aulas por conta do aumento de casos de covid-19 entre professores e alunos. Além disso, não há definição de prioridade dos educadores no calendário de vacinação neste primeiro momento.

Em São Luís, pelo menos 20 escolas da rede particular já suspenderam as aulas presenciais depois da identificação de casos da covid-19 entre alunos e professores.  Apesar disso, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Maranhão (Sinepe/MA) publicou uma nota informando que só pode haver obrigatoriedade da suspensão das atividades presenciais nas escolas por meio de decreto do Prefeito, do Governador do Estado ou por decisão judicial para este fim.

Nas redes estadual e municipal, as aulas do ano letivo de 2021 estão previstas para iniciar no modelo remoto em 22 de fevereiro e 1º de março, respectivamente. O Sindeducação, na última reunião com a Semed no dia 19 de janeiro, defendeu o retorno das aulas somente de forma remota e a necessidade de verificação das condições de cumprimento dos protocolos definidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), para definição do retorno no formato híbrido, no segundo semestre. O sindicato denunciou que as escolas da rede são precárias, não apresentam a menor condição de cumprimento de protocolo sanitário mínimo, esclarecendo que é necessária uma reestruturação geral das instalações físicas das escolas, a maioria das escolas tem problemas nas redes hidráulica e elétrica, apresentam banheiros insalubres, sofrem com a falta de água e não possuem áreas arejados e amplas.

A direção do Sindeducação se solidariza com todos os professores que estão enfrentando essa difícil situação se coloca em defesa da vida dos (as) trabalhadores (as) da educação e de toda a população em geral. Exigimos dos governantes essa mesma responsabilidade com a vida das pessoas e que o retorno presencial só aconteça após a vacinação e com todas as condições para o cumprimento dos protocolos de prevenção da covid-19.

 

A Diretoria

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.