POLÊMICA | SEMED entende que professor deve e pode utilizar recurso próprio para preencher Diário Eletrônico

Durante a primeira rodada de negociação da Campanha Salarial 2019 dos profissionais do Magistério municipal de São Luís, entre o Comitê Sindical de Educação e a Secretaria Municipal de Educação – SEMED, realizada na última quinta-feira, 24, o secretário de Educação, professor Moacir Feitosa, afirmou que o preenchimento do Diário Eletrônico de classe, por meio do Sistema de Administração e Controle Escolar (SisLAME), é obrigatório para todos, inclusive, para os professores das escolas onde não há disponibilidade de computadores e conexão à internet.

Para o Sindeducação, a implantação do Diário Eletrônico, da forma como tem sido trabalhada pela SEMED, está sendo uma experiência “traumatizante” para a categoria. “Apoiamos o aperfeiçoamento do labor do educador por meio das novas tecnologias disponíveis, todavia, a Administração Municipal precisa oferecer todo o arcabouço necessário para a realização da tarefa, e não pode obrigar o professor a utilizar de ferramentas próprias, que muitas vezes nem dispõe”, avaliou a diretora Raimunda Gualberto.

O secretário rebateu, afirmando que 62 escolas já possuem computador e rede de acesso para a execução da tarefa, e que outras 52 unidades estão em fase de implantação. “É fato que existe uma carência de computadores nas escolas, mas estamos adquirindo mil unidades para equipar todas as unidades”, ressaltou.

A Rede Municipal de ensino, comporta, atualmente, 266 escolas.

Para Moacir Feitosa, todo professor, na atualidade, deve estar inserido no contexto tecnológico, e preencher o Diário Eletrônico pelo smartphone, tablet ou computador pessoal, ir a uma Lan House, nas escolas, ou na própria SEMED, mas não deve deixar de fazê-lo. “Para facilitar, o sistema está disponível offline, onde o professor pode preencher as informações sem conexão de internet, salvar, e depois remeter quando estiver conectado à rede mundial de computadores”, pontuou.

Para o sindicato, a visão da SEMED sobre o tema é equivocada, prejudica e joga a responsabilidade da Prefeitura para os educadores. “Além de não fornecer os equipamentos necessários para a aplicação do programa em todas as escolas, a SEMED falhou no processo de capacitação dos educadores para operação do sistema, regra básica em todo o processo de implantação tecnológica ao redor do Mundo”, frisou a professora Nathália Karoline.

O sindicato sugeriu, ainda, que a SEMED buscasse uma parceria com a Secretária de Estado da Educação, que conseguiu implantar o método de forma muito mais suave e tranquila, sem muitos transtornos para os educadores da Rede Estadual de ensino. Segundo o Sindeducação, a implantação no Estado ocorreu de forma gradativa, sem imposições e com um período de adequação de quase três anos.

ORIENTAÇÃO DO SINDICATO — Diante do cenário, o Sindeducação recomenda aos educadores prejudicados, a produção de um relatório descritivo, narrando a realidade das suas escolas, citando os materiais necessários para o preenchimento do Diário Eletrônico que não foram disponibilizados e/ou não estão funcionando, se a rede de internet foi instalada e supre a demanda da instituição, dentre outros.

Em seguida, o documento deve ser assinado coletivamente por todos os professores e emitido em duas vias: uma para a direção da escola e outra para o sindicato. “É importante que os professores elaborem esse documento em conjunto e entrem em contato com o Sindeducação, o mais rápido possível. Com todas as reivindicações em mãos, o sindicato tomará todas as medidas cabíveis para resolver esse problema o mais rápido possível”, direciona a presidente do Sindeducação.

CALENDÁRIO ESCOLAR – Os dirigentes do Sindeducação solicitaram do secretário Moacir Feitosa, a realização de uma reunião para tratar somente de Calendário Escolar. O Sindeducação lembrou que a SEMED não tem a cultura de discutir a construção de um calendário escolar democrático com a entidade sindical, e que, como tem sido ventilado pela Imprensa local nos últimos dias, o Município não pode unificar, unilateralmente, o calendário com o Estado, sem ouvir aqueles que serão diretamente afetados, professores e alunos.

O secretário de Educação jogou a culpa do atraso no calendário escolar, nas greves realizadas pelos educadores ao longo dos últimos anos. O tema será abordado em uma nova matéria divulgada, com exclusividade, nesta segunda-feira, 28.

Imprensa Sindeducação.

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