Na tarde de quinta-feira, 4 de maio, a diretoria do Sindeducação compareceu ao Teatro da Cidade (Centro) para acompanhar o lançamento da Proposta Curricular Autoral, evento promovido pela Prefeitura de São Luís que contou com a presença do prefeito Eduardo Braide e participação em massa da categoria de professores (as) e demais profissionais da Educação.
A atualização da Proposta Curricular Autoral teve início em 2018 e deveria ter sido finalizada em 2020, mas, devido a chegada da pandemia da covid-19 no Brasil, nesse mesmo ano, teve que ser interrompida. A retomada do processo aconteceu em 2021 e sua aprovação pelo Conselho Municipal de Educação (CME) se deu por meio do Parecer n° 37/2022 e da Resolução n° 37/2022 e foi publicada em setembro de 2022.
Para os diretores do Sindeducação, os (as) professores da base e demais profissionais da Educação, o lançamento dos 3 livros que compõem a Proposta Curricular Autoral, da Educação Infantil e Ensino Fundamental, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Especial, é um momento histórico dentro da rede pública municipal de ensino e um importante avanço – lembrando que, apenas no ano de 2017, a Semed, na gestão de Edivaldo Holanda Júnior, passou a envolver todas as outras Etapas e Modalidades de Ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos e a Educação Especial), acompanhando o que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina a todos os sistemas de ensino.
Em 2018 foi então que secretaria resolveu envolver os diversos atores do setor educacional para promover uma melhor dinâmica organizacional e tornar o processo democrático ao criar Grupos de Trabalho (GTs). Os integrantes dos GTs foram reunidos de acordo com o componente curricular de sua formação acadêmica e o ano/série em que atuavam nas respectivas etapa e modalidade.
Em depoimento coletado pelo Sindeducação, uma das professoras que integraram o GT, considerou a publicação com um importante passo. Para ela, a rede agora dispõe de uma orientação para a construção de currículos, planos de trabalho pedagógicos, ou seja, documentos que servirão para ampliar conhecimento dos alunos e que, de fato, foi construído com responsabilidade e respeito, logo, para a educadora, é importante que todos na escola tenham acesso ao material.
Outra professora declarou que essa é uma grande oportunidade para a rede pública municipal falar a “mesma língua”, tendo como base um documento que imprime os marcos legais que norteiam a Educação, principalmente a Educação Infantil, onde se pode privilegiar diretrizes curriculares e trazer algo novo, explorar campos de experiências dos novos teóricos para a sala de aula.
O que diz o Sindeducação sobre a Proposta Curricular Autoral
Trata-se de uma demanda muito aguardada pela categoria, momento real de celebração da concretização de uma proposta que foi construída a várias mãos, onde a diversidade dos sujeitos integrantes dos GTs contribuiu, de forma excepcional, para traçar um melhor caminho para a educação do nosso município. Desta forma, o Sindeducação enxerga a Proposta Curricular com um marco importante para este momento em que a escola pública necessita da efetivação de um processo democrático, que possa permitir a reelaboração de novos conhecimentos com toda comunidade escolar.
Porém, é um momento também importante para reflexão e outros acertos: a rede e os (as) educadores (as) têm finalmente a Proposta Curricular como principal referencial para a prática pedagógica em sala de aula, mas é necessário ir além! A Semed ainda precisa realizar um intensivo movimento em torno da formação continuada de professores (as), para certamente articular os referenciais teóricos dos documentos publicados com a ação docente nos ambientes onde se materializam os processos de ensino e de aprendizagem, ou seja, integrar teoria e prática em sala de aula e seguir para uma única direção: a ampliação das oportunidades de aprendizagem para todos que diariamente frequentam a escola da rede.
É importante destacar ainda que, em paralelo a isso, a Prefeitura de São Luís passa pelo processo de implantação do Programa Educar pra Valer nas UEBs. O Sindeducação já teceu críticas em relação à condução da Semed neste processo (relembre aqui). A pasta ainda não deu garantia de sustentabilidade do programa dentro da rede – não há nem material de apoio aos (às) professores (as), nem promoção de diálogo com a comunidade escolar, apenas a imposição inicial de metas. Os (as) educadores (as), bem como o Sindeducação, questionam qual formato será seguido: o que foi feito com apoio dos sujeitos envolvidos que se engajaram numa construção coletiva e conhecem a realidade, o chão da escola, ou aquele que, possivelmente, atende anseios mercadológicos?
Ficam os questionamentos.