Em um universo de 261 escolas da rede pública municipal de São Luís, apenas 13 retornaram nesta segunda-feira (16) em formato híbrido. Apesar das tentativas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), de passar a imagem de que está tudo sob controle em entrevistas e em propagandas nos maiores meios de comunicação, para o Sindeducação, a retomada precisava de mais planejamento e ter mais diálogo com os professores e professoras da rede.
A diretoria da entidade sindical, na data de hoje, visitou as 13 escolas que abriram as portas para receberem a comunidade escolar e fez várias constatações, uma delas é causa de muita preocupação para os profissionais da educação: a garantia da manutenção do distanciamento mínimo entre as crianças, pois algumas UEBs, por terem salas muito pequenas, não são capazes de atender a recomendação dos órgãos de saúde e o que diz o protocolo produzido pela própria secretaria.
Além da questão dos espaços e de seguir corretamente as recomendações de segurança sanitária, o Sindeducação pondera que cada escola deve ter autonomia para fazer seu plano de retorno e segui-lo de acordo com sua realidade, pois, para se ter um retorno seguro, com qualidade pedagógica e que atenda às necessidades de alunos e professores, é necessário mais que a disposição de pias nas entradas e de dispensers com álcool em gel. Consideramos que a ausência de um plano de retorno macro, que contemple todos os aspectos da vida escolar e sem que seja publicizado para todos dificultará o desenvolvimento das atividades pedagógicas de forma geral.
Na data de hoje, por exemplo, não foram entregues pela Prefeitura de São Luís Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras aos alunos e professores; já outras não receberam a visita da Vigilância Sanitária para atestar segurança ao local; as testagens de covid-19 não foram realizadas em todos os profissionais, de acordo com o turno de trabalho e, parte delas, não seguiu com a aferição de temperatura logo no horário de entrada dos aluno. Em três situações específicas, a UEB Tom e Jerry (Vinhais), estava sem água, a Sofia Silva (Vila Passos), apesar de estar toda reformada estava sem ventiladores e a Ronald Carvalho (Divineia) estava sem rede de internet, o que foi corrigido logo após a visita do Sindeducação.
O Sindeducação entende que essa rotina de volta às aulas, o total cumprimento dos protocolos é uma situação que, aos poucos, fará parte da cultura da comunidade escolar, que as reformas realizadas nas escolas vieram por meio de um esforço conjunto e que será necessário um esforço muito maior da administração municipal para a manutenção dessas unidades para que então o município possa oferecer espaços satisfatórios para alunos e os profissionais da educação, portanto, as vistorias realizadas pela diretoria na data de hoje serviram também como um momento de diálogo e aproximação com professores, pais, alunos e com as equipes da Semed para essa construção, que será diária.
Recusa de diálogo
A diretoria lamenta pelo episódio ocorrido na parte da tarde, quando a direção, representada pela presidente Sheila Bordalo, a 1ª secretária Geral, Rose Costa, a 1ª tesoureira, Claudia Aquino e a secretária de Mobilização Sindical, Adriana Costa, estava em visita à escola Rubem Goulart (Cohab) no mesmo momento em que o prefeito Eduardo Braide e o titular da Semed, Marco Moura, acompanhados de suas equipes, estavam de passagem pela UEB. As diretoras, ao abordarem o prefeito para tentar uma aproximação da entidade, o gestor fez apenas um sinal de recusa, não atendendo um pedido simples de uma entidade que representa os profissionais que tanto já foram desvalorizados pelas administrações passadas e estão conduzindo praticamente sozinhos o processo de ensino aprendizagem neste período de pandemia. Lembrando que, durante sua campanha eleitoral, o próprio Braide declarou, por diversas vezes, que a educação e seus profissionais seriam prioridades em sua administração.
O Sindeducação reforça aos professores e professoras que seguirá ao longo dos próximos dias visitando as UEBs e acompanhando todo o processo desta retomada, lembrando que, em Assembleia Geral realizada pelo sindicato na última semana, a categoria ponderou que somente aceitará o retorno das aulas presenciais nas escolas que possuem condições físicas adequadas para o cumprimento de todas as normas do protocolo sanitário e com condições tecnológicas garantidas e redução do horário das atividades presenciais. A entidade também seguirá cobrando pelas reformas das demais escolas da rede municipal, pois é inaceitável que, até o momento, a Prefeitura de São Luís siga sem apresentar um planejamento completo, que atenda as outras 248 unidades.
___________
IMPRENSA SINDEDUCAÇÃO
1 comentário
Foi deselegante da parte do prefeito recusar um diálogo, ele poderia cumprimentar a equipe do Sindedução e agendar uma reunião posteriormente na prefeitura. Políticos qd estão em campanha para as eleições agem de um jeito, após serem eleitos mudam completamente de postura.