O Sindeducação retomou, desde o último dia 12 de agosto, as reuniões virtuais com os professores das UEB´s, realizadas pela plataforma Zoom. As reuniões, por escola, tem o objetivo de aproximar, ainda mais o sindicato dos professores de base, debatendo as problemáticas específicas e gerais, e o processo de retomada que tem sido tratado de forma unilateral pela Secretaria de Educação – SEMED, sem levar em conta as propostas dos educadores.
Durante as reuniões com as UEB´s Galileu Clementino; Thales Ribeiro Gonçalves (Ensino Fundamental); e Recanto dos Pássaros (Educação Infantil), os professores participantes expuseram suas preocupações e dúvidas sobre as imposições que a secretaria tem feito a respeito das atividades remotas, sem dar uma contrapartida estrutural para tal.
Segundo a dirigente executiva do Sindeducação, professora Nathália Karoline, uma das principais preocupações elencadas a partir dessas imposições, é se o professor vai ter que usar seus equipamentos pessoais ou se a SEMED vai garantir a estrutura necessária. “Como fica essa ‘invasão’ de privacidade?”, questionou uma educadora.
Os professores que não possuem recursos tecnológicos também questionaram: “Como vai ficar a situação dos professores que não tem os recursos necessários e nem acesso à Internet, principalmente na Zona Rural?”, indagou outra professora.
O Sindeducação remeteu na última segunda-feira, dia 10, ao Ministério Público do Maranhão – MPMA e Secretaria de Educação, a análise das diretrizes produzidas unilateralmente pela SEMED. A análise descreve, dentre outros, as problemáticas encontradas nas diretrizes de retorno, faz uma abordagem conjuntural e apresenta reflexões críticas. A Direção Sindical também solicitou aos órgãos a realização de uma reunião para tratar de todas as problemáticas encontradas no documento.
Acesse aqui a íntegra do documento.
O Sindeducação alertou o Ministério Público Estadual sobre essa retomada do calendário escolar imposta pela SEMED, sem qualquer estrutura tecnológica construída pelo Município de São Luís, expondo a responsabilidade do acesso, implementação e custeio do ensino remoto apenas aos professores e famílias dos estudantes. Além disso, o sindicato avalia que tal retomada serve apenas para dar uma satisfação à sociedade, e como forma de demonstrar cenário diverso ao que predomina na Rede Municipal, o da falta de infraestrutura.
Para a professora Izabel Cristina, Presidente do Sindeducação, a SEMED quer que os professores e estudantes incorporem o “faz de conta” no processo ensino-aprendizagem, – diga-se de passagem -, para os estudantes que conseguirem acessar as aulas a partir de recursos próprios. “De outro lado, grande parte dos quase 90 mil estudantes não possuem acesso a uma internet de qualidade que oportunize o acompanhamento das atividades”, frisa a sindicalista.
A entidade também demonstra preocupação sobre como serão contabilizados os dias letivos se apenas parte dos alunos estiverem participando, dentro de um universo de turmas com 30 a 35 estudantes.
Os professores lamentaram a decisão da SEMED, de tentar apenas dar uma satisfação para a sociedade, sem ouvir a comunidade escolar.
Durante as reuniões, o sindicato tem repassado informes atualizados sobre o andamento das mobilizações feitas pela Direção para barrar essa retomada. Nesta sexta-feira, dia 21, o Ministério Público confirmou que irá reunir-se com o Sindeducação, e convocou a secretaria de Educação para o encontro.
AGENDAMENTO – O Sindeducação agenda as reuniões, por escola, com os professores participantes dos grupos de notícias no aplicativo WhatsApp. Cada escola tem seu grupo, e para participar, basta enviar mensagem para o número (98) 98504-3481, se identificar citando o nome da escola que trabalha e solicitar a inclusão no grupo.
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Imprensa Sindeducação.